Sim, os professores estão em êxodo total, sobretudo os melhores. Eles não se entendem com a nova escola e a nova escola já não precisa deles. Na verdade, nem os suporta mais, na sua rabugice aguda, na sua competência crónica. Eles não entenderam que a escola agora é treta, barulho e festa, computadores, convívio e sexo, namoro, bocas e amassos, telemóveis, ignorância e bullying. E é também coutada de psicólogos faz-de-conta, didactas lúdicos, pegajosos pedagogos, politiqueiros parvos, presidentes de posto e juntas, professorinhas de futilidade doméstica, doutos doutrinadores da imbecilidade douta, burocratas da grelha e check list, forças vivas, mortas e moribundas do concelho.
Por isso, os que não possuem colunas de contorcionista, os que se dotaram, ao longo do tempo, de honradez e verticalidade, os que se imbuíram do verdadeiro e único sentido de ensinar aceitam, derrotados, que já não há o que fazer aqui e vão-se embora, de salário escasso, de reforma curta.
Mas há os que ficam. Não porque gostem, mas porque desistem. Ficando, desistem de sair. Desistem de pensar em sair. Desistem de pensar…
Post 707 (Imagem daqui)
4 comentários:
Como eu te entendo.
Obrigado por este prazer de leitura que me deste.Joaquim Pinto
Pois... é isso tudo. O meu êxodo é psicológico, claro. Não podendo ser outro...
E tanta verdade nas professorinhas de futilidade doméstica, bahhh... Que enjoo. Que falta de verticalidade e de envergadura intelectual, que é o que falta na escola. Era o que eu dizia no artigo Portugalidades 2, de como se comportam nas reuniões... Que bem dito está aqui.
Faty
Belo artigo,sem dúvida! Quem escreve /fala assim, não é gago! Está aqui claramente exposto o cenário mais evidente das escolas portuguesas, o cenário que mais temo e que me impede de regressar a Portugal e fazer parte deste faz-de-conta e da imbecilidade e futilidade que reinam nas escolas! Marla
Eu emigrei, literalmente.Margarida
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