É-me difícil conceber a existência de um professor que não escreva coisas. Quem não escreve não pensa, ou fá-lo de modo infrutífero. Poderá falar o que pensa, dizem-me. Mas não é o mesmo. A escrita espelha o pensamento enquanto organizado, e pereniza-o mais eficazmente.
Em minha opinião, todos os professores deveriam possuir uma qualquer tribuna para exteriorizar o que sabem ou o que pensam saber. E deveriam fazê-lo, de acordo com as suas possibilidades e conveniências.
Há de facto alguns que escrevem teses de mestrado ou de doutoramento. Estes são os felizardos a quem coube a sorte de se exprimirem de modo tão grandiloquente. Grandiloquente mas não massivo. Pouca gente tem acesso a esses trabalhos, por razões várias que não vêm ao caso no momento, mas que nem todas são suficientemente nobres.
Outros escrevem em jornais e revistas, onde mantêm colunas de opinião. Outros, ainda, aproveitaram a mais brilhante e notável prenda que a tecnologia ofereceu à expressão do pensamento e mantêm blogs vivos, temáticos ou generalistas.
Outros há que mandam mails aos pares dos seus colectivos profissionais. Do mal, o menos. Finalmente, outros penduram as suas ideias nos placares das salas de professores.
Mas são muito poucos os que se exteriorizam, pela escrita, os que deixam antever o seu pensamento crítico, ou o fruto das suas reflexões quotidianas. E isto parece-me deveras mau, deveras sintomático ou deveras egocêntrico, sobretudo num tempo em que se encontra, como nunca, amplamente democratizada a intervenção social criativa nesta vertente.
Se tomarmos ao acaso uma escola portuguesa do ensino secundário com 150 professores, encontramos um ou dois deles que se expõem publicamente nesta matéria, produzindo sistematicamente textos que anseiam por serem lidos.
E se perguntarmos à grande maioria dos professores (os tais que parecem nada ter para dizer) a razão por que se demitem dessa função primordial, respondem invariavelmente que não têm tempo.
Pois que seja verdade. Mas têm tempo para as acéfalas e imprestáveis tarefas burocráticas que as actuais fábricas de chouriços chamadas escolas tão orgulhosamente ostentam.
Não têm tempo, ou já acham que a burocracite é mais importante do que a formação, a controvérsia e a intervenção públicas?
Em minha opinião, todos os professores deveriam possuir uma qualquer tribuna para exteriorizar o que sabem ou o que pensam saber. E deveriam fazê-lo, de acordo com as suas possibilidades e conveniências.
Há de facto alguns que escrevem teses de mestrado ou de doutoramento. Estes são os felizardos a quem coube a sorte de se exprimirem de modo tão grandiloquente. Grandiloquente mas não massivo. Pouca gente tem acesso a esses trabalhos, por razões várias que não vêm ao caso no momento, mas que nem todas são suficientemente nobres.
Outros escrevem em jornais e revistas, onde mantêm colunas de opinião. Outros, ainda, aproveitaram a mais brilhante e notável prenda que a tecnologia ofereceu à expressão do pensamento e mantêm blogs vivos, temáticos ou generalistas.
Outros há que mandam mails aos pares dos seus colectivos profissionais. Do mal, o menos. Finalmente, outros penduram as suas ideias nos placares das salas de professores.
Mas são muito poucos os que se exteriorizam, pela escrita, os que deixam antever o seu pensamento crítico, ou o fruto das suas reflexões quotidianas. E isto parece-me deveras mau, deveras sintomático ou deveras egocêntrico, sobretudo num tempo em que se encontra, como nunca, amplamente democratizada a intervenção social criativa nesta vertente.
Se tomarmos ao acaso uma escola portuguesa do ensino secundário com 150 professores, encontramos um ou dois deles que se expõem publicamente nesta matéria, produzindo sistematicamente textos que anseiam por serem lidos.
E se perguntarmos à grande maioria dos professores (os tais que parecem nada ter para dizer) a razão por que se demitem dessa função primordial, respondem invariavelmente que não têm tempo.
Pois que seja verdade. Mas têm tempo para as acéfalas e imprestáveis tarefas burocráticas que as actuais fábricas de chouriços chamadas escolas tão orgulhosamente ostentam.
Não têm tempo, ou já acham que a burocracite é mais importante do que a formação, a controvérsia e a intervenção públicas?
4 comentários:
Os professores estão a transformar-se numa classe inculta e dessensibilizada, amigo. Direi mesmo anestesiada. Não vale a pena clamar no deserto (de ideias).
Eduardo S.M.
Vale sim. Vale sempre a pena, nem que seja para obter um comentário que seja, de um deles!
Já nos chega bem a azáfama censórica de alguns quadros que por aí andam, a medir o tamanho das nossas palavras e a coar o seu conteúdo...
Se há algo que eu aprendi com os tempos, foi a amar a liberdade de expressão.
Completamente de acordo, Tony, o que não invalida o facto de também compreender as razões do comentarista anterior.
Não discordo totalmente do comentário do "anónimo", João. Só não aceito a passividade ali apregoada. No mais, é verdade, infelizmente; e não é só nos professores...
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