Tenho três cachorros. Felizes! Boas camas, comida saudável, perfeitamente ASAEada (novo termo para “asseada”) e uma veterinária estonteante, tão boa que faz fechar todo o comércio da aldeia (mesmo sem qualquer intervenção daquele organismo exterminador de comércios pequenos).
Felizes!
Mas o que mais invejo naquelas vidas de cachorro é o facto de nem sequer suspeitarem da existência de tantos filhinhos da mãe que nos aporrinham, quotidianamente, as existências…
Quando lhes abro o portão (aos cães, e não aos filhos da mãe), mordiscam, displicentemente, os calcanhares dos pobres labregos que passam a caminho das jeiras.
“Mal feito” - digo-lhes eu.
Mas tenho certeza de que eles mordiscariam, democraticamente e com idêntico despudor, os calcanhares de todos os filhos da mãe, cuja existência, para sua ventura, desconhecem.
Nada mau, para cães educados em pleno regime democrático!
(Mas penso que, ainda assim, devo reorientar-lhes um pouco o seu sábio conceito de democracia pluralista.)
(Imagem tirada daqui)
3 comentários:
:)))
Certamente esse cachorros não desejarão ter uma vida de humano, sobretudo se fôr português. ;)
E tenho de destacar em texto tão agradavelmente irónico a criação do novo termo ASAEada. :))
Finalmente, como já passa da meia-noite, exactamente cinco minutos, dou parabéns e desejo a continuação deste Tralapraki que já conta mais de 8 mil horas. :)
os cães são lindooossss ...
maria_arvore:
Obrigado pelo "texto agradavelmente irónico".
nani:
os câes também não gostaram do texto...
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