Ouviram o que disse Paquete de Oliveira? “Sem professores não há escola, mas a escola não é dos professores”. Devo, pois, aprender rapidamente a não me sentir responsabilizado pela escola, visto que ela não é minha...
O tribunal é dos magistrados, o banco é dos banqueiros, o hospital é dos médicos, a assembleia é dos deputados, a loja é do Mestre André. Mas a escola não é dos professores!
Afinal, Paquete não esclarece a quem quer dar a escola. Ao pessoal auxiliar? Aos alunos? Aos encarregados de educação? Às autarquias? Ao Governo?
O pessoal auxiliar não saberia o que fazer com ela; os alunos transformá-la-iam numa discoteca gigante ou num centro de engate; os encarregados de educação fariam dela um salão de baile ou um clube de sueca; as autarquias usá-la-iam como sede do seu quartel eleitoral; o Governo, por seu turno, talvez a transformasse numa espécie de entreposto onde se alojassem patetas, escravos e pequenos delinquentes.
Vistas bem as coisas, só os professores têm uma ideia (vaga que seja) do que fazer com a escola. Mas a escola não é deles…
Fico triste por saber que não sou o dono da escola pública. Se o fosse, vendê-la-ia para recuperar um pouco da dignidade mensal que fui perdendo…
(Imagem inferior tirada daqui)
4 comentários:
Eles que a vendam.... e se desenrasquem, que a dignidade dos professores não está à venda
"dignidade mensal" boa!
sempre venho aqui ver isto e gosto.
josé Carmo
Também não me admiro nadinha da ideia, tendo em conta quem é o autor do conto... Apesar de "psicólogo", fez-me exame de entrada no CEJ e já na altura tinha uma ideias assim...
Por outro lado, o que me chateia nestes nossos (des)governantes é eles estarem convencidos que as reformas se podem fazer sem os profissionais, ou mesmo contra os profissionais.
O diabo é que as fazem mesmo!
E não se podem exterminar????
Em meu entender, quando um Juiz avalia um caso jurídico qualquer, a sua decisão não fica condicionada por nenhum factor externo perturbador. Avalia de acordo com valores, normas, jurisprudências, etc, mas a sua liberdade é absoluta. É por isso que não concordo com o modelo de avaliação dos professores. De facto, a avaliação dos professores fica na dependência da avaliação dos alunos e a avaliação do professor dois fica na dependência da avaliação do professor um. Um Juiz tem competência para avaliar, porque está num nível hierárquico superior ao avaliado. Uma avaliação feita por pares absolutos não me parece rigorosa e pode introduzir no sistema as mais variadas distorções. Estranhos fenómenos estes...
Grande abraço.
Enviar um comentário