É voz corrente que algumas das razões da nossa degenerescência sistémica, isto é, infra-estrutural, económica, se prendem com falências sérias de duas super-estruturas funcionais: a justiça e a educação. Na perspectiva de cada vez mais interventores académicos desta área, o país não evolui economicamente porque os serviços de magistratura e de educação não funcionam.
Aparentemente, temos aqui uma inversão das teses marxistas para a compreensão racional das sociedades humanas. Segundo o intelectual alemão, o fenómeno social e cultural submete-se aos sistemas económicos predominantes e não o contrário. Ou, nas suas palavras, a super-estrutura social/política/cultural (ou seja, o regime) é resultante do modo como se estabelece a infra-estrutura económica, i.e., o tipo de relações de produção. Ou ainda: as relações de produção ditam os regimes.
Porém, ao se atribuir parte da culpa do insucesso económico de um país à sua escola ou à sua justiça, ou mesmo ao seu regime político, está-se, aparentemente, a inverter o ónus da prova. É a escola que constrói a economia ou é a economia que edifica a escola? É a magistratura que cria e domina o capital ou é o capital que dirige a magistratura? De justiça nada sei. De escola muito pouco. Apenas o suficiente para reconhecer que nunca vi nenhuma destas super-estruturas liderarem processos de transformação. Elas são, primordialmente, estruturas reprodutoras dos sistemas, espelhos reflectores das relações de produção, no caso presente, capitalistas.
Devemos saber procurar os líderes e os culpados onde eles realmente estão.
post 686 (Imagem daqui)
3 comentários:
Constou-me que ias deixar o Trala para segundo plano. Que ias voar para céus mais voláteis.
Tenho pena. Sinais dos tempos. Eu continuo a bater a esta porta. O sumo da amirgã deixa uma nódoa que nunca mais sai. Sabias?
Amirgã
Como as "notícias" correm depressa :):):):):) Eu próprio não fazia ideia nenhuma disso. Fico feliz por isso dos céus voláteis que, pelo epíteto, deve ser coisa boa...:)
Ah, estás-te a referir ao facebook? eheheheheh. Ná. Isso só uso para dizer ao pessoal que escrevinhei coisa nova. E, mesmo assim, muito raramente. Aquilo não presta, não tem serventia.
A amirgã deixa nódoa. Tenho amirgãs pelo Outono. Agora, o "amirgã" deixa resíduos,sim, mas não lhes chamaria nódoas. Antes um perfume indelével e viciante que nos transforma em coisas melhores. É imprescindível à vida. É droga benéfica de habituação perene...
E é claro que não sai. Deo gratias.
Grande abraço.
joao de miranda m.
a situação parece estar a mudar. marx já não risca e, apesar de o texto parecer coeso, na verdade enferma de vários erros de articulação, pelo menos no que se refere à lógica capitalista.
Pedro Paes
Enviar um comentário