Onde estão os psicólogos que faltam nas escolas? A resposta é simples: no psiquiatra. E onde estão os psiquiatras? Em casa, trancados, com medo dos doentes. E onde estão os doentes? Em todo o lado, do mar à serra, da sala à casa de banho, trepando paredes, descendo barrocas, rasgando pulsos, matando o tempo, devorando biguemeques…
Nunca estivemos tão precisados de analistas do tecido neuronal e, no entanto, nunca os vimos tão longe…
Olhemos, por mero acaso, para as escolas públicas deste país. Professores e alunos (e respectivos pais, mães, filhos/as, esposos/as, namorados/as e amantes), administrativos e auxiliares atingiram um estado de demência sem retorno e não passarão incólumes o ano de 2011. Faz, portanto, um sentidão que as escolas contratem imediatamente uma legião daquela estirpe profissional, a menos que as queiram ver voltadas do avesso (que distracção, voltadas do avesso já elas estão).
Compreendemos que psicólogos e psiquiatras são caros e nem sempre conseguem retardar a galopante moléstia. Proponho, assim, uma solução mais modesta, com resultados esplêndidos, pelo menos em algumas sociedades: a construção, em todas as escolas públicas, de um muro das lamentações. Pode ser uma simples estrutura em tijolo burro, dotada de buracos e fendas onde os professores possam inserir papelinhos com uivos, gritos, lamentos, achincalhos, carpidos, náuseas. A senhora das limpezas se encarregará de os retirar diariamente. Não fica prometido que alguém os leia. Ainda assim, cumprirão o seu papel regenerador. Fica aqui a sugestão, visto que ainda decorre a construção de muitas escolas, modelo sócrates, pelo país fora…
Não digam que não alvitro bem e barato.
(Imagem daqui)
2 comentários:
Eu voto pelo muro:) Ao menos daria para aliviar alg coisa.
Mas a brincar a brincar bem que acho que os psicólogos e psiquiatras são benvindos, fazem cada vez mais falta... Aliás, eu cá sou como os brasileiros - acho que fazer análise faz bem. Eles fazem, sem complexos, e são bem mais felizes.
DEVORANDO BIGUEMEQUES... BOA...
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