Sou da primeira geração demolidora do fado. Nunca até nós o fado português tinha sido tão maltratado. Comigo, connosco, ele foi simplesmente proscrito por imprestável. E acho que o era, de facto. Ainda hoje acho que o era. Imprestável. Lastimoso e lastimável. A música que prestava estava nas baladas consequentes do Zeca, do Adriano, do Sérgio, do Zé Mário. A música que prestava vinha de Inglaterra, como um pouco antes viera de Itália e de França. Mas toda esta música morreu, ou foi repescada e traduzida por rockers que a degradaram profundamente. A minha mãe dizia-me então que eu ainda viria a gostar de fado. Como se isso fosse possível algum dia! Evidentemente daquele fado, não. Mas o fado aprimorou-se, educou-se, chamou a si a literatura e a música erudita. Deste fado eu gosto. Mas será realmente fado isto que Mariza (e tantos outros) hoje defende nos mais exigentes areópagos do mundo? (Imagem daqui) post nº 673 |
8 de janeiro de 2011
obsessões do meu ipod (26)
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