8 de março de 2011

Do amor e outros olvidos (2)

amorOra aqui me tens, caro Paulo. Quando me pediste para falar de amor, tens a certeza de que era mesmo isso que querias? Não, é que eu achei a coisa um bocado descabida. Nunca na minha vida tinha visto um jovem de dezoito anos a querer ouvir um cota a falar de amor. Sinceramente, a coisa até me soou um bocado maricas. Não te conhecesse eu tão bem, não tivesse eu acompanhado os teus frementes, estrepitosos e ígneos casos com algumas das mais apetecíveis jovens das redondezas (e outras, porém, nem tanto assim, facto que não desbota, antes enaltece, a tua virilidade, pois que é comendo maus pratos que melhor evidenciamos o nosso apetite) e acharia estar perante um atadinho. Sim, uma espécie de professora de catequese dos anos 30, ou um seminarista que tivesse pela primeira vez catrapiscado a garota da lavandaria e trocado por ela todos os prometidos prazeres do clero e todas as bem-aventuranças do paraíso.

Vá, diz lá a verdade, pois só com a verdade me entendo. O que queres saber não é do amor, mas sim do sexo. Acertei? Chamaste-lhe eufemisticamente assim porque tiveste em conta a minha suposta hipersensibilidade a palavras mais ásperas e intensas. Foi isso, não foi?

Mas afinal é amor ou sexo? Decide lá. Para mim é absolutamente indiferente. Esqueci-me dos dois…

Post 714    (Imagem daqui)

2 comentários:

Anónimo disse...

Que texto delicioso! Adorei a tirada do "mau prato"! A imagem bastante sugestiva da Lolita também está o máximo! Isto está a aquecer... :-) Marla

joao de miranda m. disse...

Obrigado por teres gostado.Abraço.