Ora aqui me tens, caro Paulo. Quando me pediste para falar de amor, tens a certeza de que era mesmo isso que querias? Não, é que eu achei a coisa um bocado descabida. Nunca na minha vida tinha visto um jovem de dezoito anos a querer ouvir um cota a falar de amor. Sinceramente, a coisa até me soou um bocado maricas. Não te conhecesse eu tão bem, não tivesse eu acompanhado os teus frementes, estrepitosos e ígneos casos com algumas das mais apetecíveis jovens das redondezas (e outras, porém, nem tanto assim, facto que não desbota, antes enaltece, a tua virilidade, pois que é comendo maus pratos que melhor evidenciamos o nosso apetite) e acharia estar perante um atadinho. Sim, uma espécie de professora de catequese dos anos 30, ou um seminarista que tivesse pela primeira vez catrapiscado a garota da lavandaria e trocado por ela todos os prometidos prazeres do clero e todas as bem-aventuranças do paraíso.
Vá, diz lá a verdade, pois só com a verdade me entendo. O que queres saber não é do amor, mas sim do sexo. Acertei? Chamaste-lhe eufemisticamente assim porque tiveste em conta a minha suposta hipersensibilidade a palavras mais ásperas e intensas. Foi isso, não foi?
Mas afinal é amor ou sexo? Decide lá. Para mim é absolutamente indiferente. Esqueci-me dos dois…
Post 714 (Imagem daqui)
2 comentários:
Que texto delicioso! Adorei a tirada do "mau prato"! A imagem bastante sugestiva da Lolita também está o máximo! Isto está a aquecer... :-) Marla
Obrigado por teres gostado.Abraço.
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