Ter de sorrir está-se a tornar insuportável. Sinto que estou a mobilizar um exército de músculos e de outros elementos faciais. Muitos mais do que os que movimento para simplesmente deixar cair as beiças e as pelancas deste meu imperturbável frontispício. O resultado desta construção hercúlea do convenientíssimo sorriso é um cansaço desmesurado, uma prostração quase definitiva.
Reconheço que um bom sorriso me poupa algumas chatices quotidianas. É por isso que penosamente tento construí-lo e mantê-lo. A relação com os outros pode melhorar, fica mesmo mais provável que alguém por perto sinta um súbito desejo de me pagar a bica ou de me ceder um cigarro. Tudo isso é benefício civilizacional.
Mas a que preço, caramba!
(Imagem tirada daqui)
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