13 de abril de 2011

Os meus amigos do Foice Buque

facebook1Eu não sei o que está a acontecer aos meus amigos. Dizem-me que emigraram para uma espécie de país chamado Foice Buque que é na Internet, não sei se mais perto ou mais longe que Powerpoint. Estão todos bem, graças a deus, parece que trabalham numa quinta e não lhes falta o sustento. (Que isto já se sabe, quem trabalha numa quinta, mesmo que ganhe pouco, sempre arranca umas laranjas ou rouba uns morangos ou mata uma criação e lá vai vivendo).

Identifico-os pelas fotografias mas não os reconheço nas piadas. Dantes eram mais inteligentes e diziam mais coisas. Sentados à mesa recheada de minis, soltavam genialidades e arrotos. Enfim, eram amigos normais.

Agora não. O Zé anda sempre à procura de pregos para consertar a vedação, (que isto já se sabe, quintas grandes é assim, as vedações estão sempre a precisar de trato). É caso para dizer que, dantes, os meus amigos pulavam a cerca. Agora consertam-na…

O Pedro anda a prender ladrões (santo deus) e a comer rosquinhas, em vez de caldeiradas, bifanas e farturas, como dantes fazia. A Etelvina deu em comentadora de fotografias e de ligações (?), nos tempos livres que a quinta lhe permite. O Diogo, coitado, não diz coisa com coisa! Cola ditarolas de outras pessoas, quase sempre nos sítios obtusos e nos momentos errados. (A assincronia da Internet só pode ser conspiração do grande capital!).

Enfim, alguns estão a abrir negócios e há até um que fundou uma nova cidade e agora está a construir uma prisão, porque, enfim, parece que a Farmville e a Cityville não nos trazem nada de novo, além de mais um tópico de alienação primária…

  Post 736                 (Imagenm daqui)

5 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente brilhante! O Foice Buque parece ser o planeta mais habitado/ habitável do momento! Gostei especialmente das tiradas sobre os pseudo-agricultores! Marla

Anónimo disse...

É verdade amigo. No foice, as pessoas encontraram um espaço "virtual" para se alienarem da vida de sacrifícios que levam. Evitam o diálogo presencial e a boa cavaqueira, mas comentam mais por escrito. A palavra escrita fica eternizada, enquanto a dita leva a vento. PG.

Anónimo disse...

Sinceramente, o tal dito cujo buque parece-me um espaço macdonaldesco, onde cada um debita iutubes e expõe intimidades geniais.

Anónimo disse...

Não gosto de quintas virtuais nem de jogos mas sou pró-facebook. No meu caso, que estou mais "presa" desde que sou mãe permite-me manter em contacto com o "mundo":) E vou acompanhando amigos ou colegas de uma maneira que às vezes não consigo na vida real - ah o tempo....escasseia no ritmo a que hoje andamos... Faty

joao de miranda m. disse...

Tens razão Faty.