22 de abril de 2011

repescando tralices

02-relogioHoje repesco o artigo que aqui publiquei em 4 de Janeiro de 2008. O Decreto-Lei 299/2007, da lei de bases do sistema educativo acabava de sair e aconselhava a evitar os nomes de santos milagreiros nas escolas do sector público. Que as antigas o mudassem e que as novas optassem por nomes não alusivos à religião. Desconheço se esse D-L ainda se encontra em vigor. É tão compreensível que ainda o esteja, como é aceitável que tenha sido revogado de imediato. Rezava assim o agora repescado post:

 

As escolas Básicas e Secundárias vão deixar de ter santos ou santas na denominação oficial. A indicação partiu do Ministério da Educação, no âmbito da aplicação do Decreto de Lei n.º 299/2007, da Lei de Bases do Sistema Educativo.
Assim, para redenominar as escolas públicas o Ministério entendeu encarregar da escolha as assembleias de escola, dando entretanto a indicação aos órgãos directivos de que devem ser evitadas alusões religiosas, como nomes de santos ou santas.


Epígrafe: Se deixar de haver santos, a quem recorreremos para combater os faits-divers dos “inventores” do sistema educativo?

Mal acordei de umas curtas férias, maldizendo esse mesmo facto (o de serem curtas), e já o Ministério da Educação (instituição sem férias nem descanso, instituição que não dorme nem relaxa) vinha anunciar mais uma medida de grande fundo. Desta vez, tratava-se de renomear (rebaptizar – prefiro esta palavra pois me remete para a santidade) as escolas secundárias e básicas que, inacreditavelmente, ainda possuem, nas suas designações oficiais, nomes de santos ou de santas.
Numa brevíssima pesquisa, reparei que o grosso das escolas com aquelas denominações é substancialmente composto por escolas privadas, o que, em meu entender, deve explicar cabalmente o seu sucesso educativo e a sua alta classificação nos rankings nacionais.
Há, iniludivelmente, uma relação de causa e efeito entre os nomes dos santos patronos dos colégios privados e o sucesso escolar. Venho, pois, humildemente, pedir a sua Ex.ª a Senhora Ministra da Educação se digne ordenar não só que se mantenha os nomes de santos e de santas nas escolas secundárias que já os possuem, mas ainda que zele superiormente para que todas as restantes tenham, pelo menos, um santo nos seus nomes. Há santos a dar com um pau que chegarão para todas e, se não chegarem, dar-lhes-emos nomes de papas e bispos e outros grandes dignitários da Igreja e mesmo de excelsos governantes (como, por exemplo, os Doutores Salazar e Sócrates que, em última análise, muito se aproximam entre si e ambos se aproximam inclementemente da canonização).
Mas esqueçam esse decreto e chamem nomes de santinhos e de santinhas (atchim) às escolas, por amor de Deus.
Em nome do sucesso educativo e do ranking nacional.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Já agora o doutor Lula também... Como fiquei pasmada em saber que a muy nobre Universidade de Coimbra tinha tornado o Lula da Silva num doutor! Como anda por aí um tal de Futre a dizer: "Um canudo de engenheiro para cada cidadão." É o refelxo da sociedade que temos! Marla