São três as ordens de razões que me ditaram a decisão que ora vos comunico: 1. Uma razão de natureza pedagógica. Os castigos, ainda que intencionalmente pedagógicos, têm baixo efeito na construção do carácter dos aprendentes. Não raro desaguam até em efeitos perversos, produzindo reacções e atitudes opostas às pretendidas. 2. Uma razão social. O professor está, obviamente, velho e, portanto, perdendo aceleradamente o resto de paciência que a vida lhe reservou para compreender e aceitar as naturais cretinices em que a juventude é tão orgulhosamente pródiga. 3. Uma razão pragmática, administrativa e metodológica. | Depois de abandonarem a sala, os alunos em causa não se dirigiram ao gabinete que os deveria ter acolhido, provavelmente porque seria demasiado tarde para ainda encontrarem aberto o referido depósito. Nestas circunstâncias não foi possível acolher os estudantes que, certamente traumatizados por o encontrarem fechado, terão optado por abandonar recinto e propósito, não deixando assim um rasto sequer da situação criada. Como reunião sem acta ou desafio sem árbitro, perdeu-se para sempre a oportunidade de evidenciarmos as nossas (minhas e vossas) mútuas recriminações, falácias e aselhices. Por tudo isto, declaro esquecido o incidente, na esperança de que situações tão inopinadamente tolas não voltem a atravessar as vidas dos que na presente imbecilidade se envolveram. (Imagem daqui) |
12 de novembro de 2010
gabinete do aluno (2)
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