26 de novembro de 2010

coisas giras por email

“Camões, grande Camões, quão semelhante…”    (Bocage e eu)

camoes           As sarnas de barões todos inchados
           Eleitos pela plebe lusitana
           Que agora se encontram instalados
           Fazendo aquilo que lhes dá na gana
           Nos seus poleiros bem engalanados,
           Mais do que permite a decência humana,
           Olvidam-se de quanto proclamaram
           Em campanhas com que nos enganaram!
          
           E também as jogadas habilidosas
           Daqueles tais que foram dilatando
           Contas bancárias ignominiosas,
           Do Minho ao Algarve tudo devastando,
           Guardam para si as coisas valiosas…
           Desprezam quem de fome vai chorando!
           Gritando levarei, se tiver arte,
           Esta falta de vergonha a toda a parte!
          
           Falem da crise grega todo o ano!
           E das aflições que à Europa deram;
           Calem-se aqueles que por engano…
           Votaram no refugo que elegeram!
           Que a mim mete-me nojo o peito ufano
           De crápulas que só enriqueceram
           Com a prática de trafulhice tanta
           Que andarem à solta só me espanta.
          
           E vós, ninfas do Coura onde eu nado
           Por quem sempre senti carinho ardente
           Não me deixeis agora abandonado
           E concedei engenho à minha mente,
           De modo a que possa, convosco ao lado,
           Desmascarar de forma eloquente
           Aqueles que já têm no seu gene
           A besta horrível do poder perene!

Enviado por Rogério Cunha 

Autor não identificado      

(Imagem daqui)

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