31 de maio de 2007

O "Tralapraki" feito pelos seus leitores

(Trazida praki por "aoqueistochegou")

não temos governo
não temos oposição
não temos greve geral
não temos cascas de banana
não temos amigos
não temos educação
não temos saúde

mas temos Sol

mas vamos ter uma OTA
aqui ou ali, não importa.

saia uma OTA bem passada para alguns


Pensamentos do "tralista" ZÉ COIMBRA

25 de maio de 2007

bananas

São boas tácticas estas: um qualquer ministro, ou mesmo o Dr. Sócrates, diz uma pequena bacorada sem importância, como quem atira uma casca de banana às oposições. Estas, para mostrar serviço, começam, logo de madrugada, (esta gente dorme pouco) a desancar alarvemente nesse ministro, ou no Primeiro, mostrando em que grau de imbecilidade permanece a oposição em Portugal, visto que elege quase sempre, como bandeira de luta, o fait-divers errado (ou a casca de banana certa). Depois o Governo vai arrecadando os dividendos, calma e descontraidamente.
Com oposicionistas deste jaez, nem é necessário mudar de fruta. Basta banana nanica.

perguntas de um aprendiz de política


Os que defendem a Ota na Ota, defendem-na porquê?
Os que se opõem à Ota na Ota, opõem-se porquê?
Os que querem a Ota na Margem Sul, querem-na porquê?
Os que não querem nenhuma Ota, não a querem porquê?
Os que querem a Ota em qualquer lado, querem-na porquê?
Os que dizem que querem a Ota, dizem-no porquê?
Os que sabem que querem a Ota, sabem-no porquê?

24 de maio de 2007

Os professores têm, de facto, culpas no desastre do sistema educativo.
Uns têm e outros não.
Os professores são filhos de muitas mães (e avós de muitos netos).
Uns são titulares da culpa e outros não...
(A propósito deste texto irónico inserto no "31 da armada")

Eles explodem como pontes...

ou "Much Ado About Nothing"

Afinal Mário Lino disse o quê de tão grave, para que reclamem a sua cabeça?
Ganda nóia colectiva. Impossível levar a sério os políticos da nacinha*.
Por que será que não acordam, ao menos uma vez, como criaturas normais e razoáveis?
Isto é tudo gente que dorme mal, muito mal, inclusive o Presidente Almeida Santos, talvez por causa do terrorismo dinamitador de pontes...


*Nacinha (no dragoscópio)

23 de maio de 2007

Um professor conta uma anedota sobre o Primeiro (ou, leia-se, insulta despudoradamente o Primeiro) e é suspenso de funções, (embora não liminarmente fired, tout court). É, sim, recambiado (por quem e com que legitimidade?) para a sua antiga profissão, onde supostamente sempre pertenceu, visto que nem a DRE nem a deputaria são, em rigor, profissões. O homem, coitado, estava, como tantos outros, a passar uma bela estada no bem-bom na DREN.
Temos que nos entender: Ser funcionário das DRE não é bem o mesmo que ser funcionário de organizações de base, de campo, (periféricas, digamos), como são as escolas. Não se deve insultar o patrão quando ele mora assim tão perto de nós. É muita burrice. No entanto, um ror de vozes se levantou logo contra essa medida. E a minha também se uniu à desses, mas com algumas reservas, visto que acho que insultos realmente insultuosos, (tanto quanto esta democracia souber destrinçar) devem ser remetidos aos tribunais para limpar honras e, muito mais importante nestes tempos, angariar indemnizações.
Quer se trate de um verdadeiro insulto, quer de um imprudente joke, o homem não podia sofrer aquele revés. Na DREN deve estar-se muitíssimo melhor que numa sala de aulas a berrar conteúdos e sempre a levar na tromba com a má educação dos jovens e a desconfiança absoluta dos pais.
Obviamente que há recônditos recortes na história que ninguém ainda sabe. Mas, mesmo assim, logo se levantaram inúmeras vozes em solidária defesa do professor. E até a minha, de costume tão vagarosa, se levantou também.
Mas com reservas.
Moral da história: Só se deve falar mal do patrão quando estamos mortos por perder o emprego, ou quando temos a certeza de que ele é surdo. Mais que isto é imprudência.

19 de maio de 2007

As Desastradas Tretas do "Trala"

"Animal Farm"

O capítulo perdido do triunfo dos porcos

George Orwell teria produzido mais um capítulo que acabou por dispensar, na medida em que não só não acrescentava à fábula nada de novo que fosse particularmente cativante, mas também porque o texto em si parecia sofrer de uma profunda crise de identidade que poderia colocar em risco a unidade da obra. Seja como for, uma vez descoberto o capítulo em falta, torna-se imperioso proceder à sua desocultação (palavra tipicamente eduquesa), a bem da civilização.
Transcreve-se, assim, um trecho avulso do referido capítulo ausente:

(…)
“Mas houve vários dias de relativa paz lá na granja. Todos tratavam das suas vidas, de acordo com o que fora estabelecido pelo grande porco. As vacas pastavam ou escreviam livros, os carneiros seguiam os seus líderes, os cachorros mordiscavam os calcanhares dos larápios, os cucos coscuvilhavam nos jornais sobre o que viam e, sobretudo, sobre o que não entendiam, os porcos pensavam na bolota e fossavam tudo, os burros alombavam e davam aulas de substituição. Alguns animais esqueceram-se mesmo que ainda estavam em pleno PREC. De facto, parecia até que já pouco havia para criticar, comentar, alardear, bufar, maquinar, conjurar, patrocinar, proteger, advogar, reprimir, exultar. Oh vidita desenxabida aquela...
Mas eis que uma barafunda se levanta na capoeira. Todos os pescoços se esticam, as ventas perscrutam o ar, os porcos enfiam o focinho na paliçada. Um jovem garnisé esgueirou-se entre as ripas e veio informar que o galo tinha vindo a roubar a ração de todas as galinhas, dia após dia, mês após mês e que estava em maus lençóis. Logo um bando de gralhas transportou a notícia para toda a quinta. “Há um caso jornalístico no galinheiro. Elas querem mudar de galo, poleiro e ripado novo”
E até quinze de Julho, não se escreveu sobre outra coisa.
Só o mocho, com os seus óculos de ler ao longe, se perguntava apreensivo: Que silêncios ocultará tanto alarido?
(…)


Imagem desalmadamente roubada de “Trocando Figurinhas

18 de maio de 2007

- Odiei o meu pai duas vezes: uma vez aos dezasseis anos, porque ele estava vivo; outra vez aos quarenta, porque ele estava morto.

As Desastradas Tretas do "Trala"

Feridas e Cicatrizes


Friedas

Frieda Hughes, pintora e escritora (“Stonepicker”, “Wooroloo”, etc.)







Frieda Inescort, actriz (Bernard Shaw "You Never Can Tell"; Jane Austen "Pride and Prejudice"; etc.)








SICactrizes







16 de maio de 2007

BE aprende devagar, mas é dos poucos que aprendem

Finalmente o BE apresta-se a tomar uma posição digna, na área da família: defende que o pedido de divórcio passe a poder ser feito apenas por um dos cônjuges, com vista à felicidade do lar. É um começo que peca por tardio. Mas o BE, por esta posição, mostra estar ainda demasiado preso à instituição do casamento. A posição certa seria: Unir e desunir, sem papeladas, de acordo com os desejos dos participantes, em conjunto ou em separado, apenas com a limitação do acautelamento da felicidade dos filhos, se os houver. As questões do património e os burgueses sentimentozinhos da perda do grande amor ou da dor de corno são excrescências incompreensíveis à clara luz da inteligência, que têm servido apenas para produzir literatura barafundística.

Nem tudo está perdido...

O perverso Caso Sócrates já produziu efeitos positivos

"A experiência profissional passa a valer mais que possuir uma determinada formação académica (como uma licenciatura em Engenharia, por exemplo), para aceder a salários até 2500 euros." Bom começo.
Só falta corrigir um pouco para: "Honestidade, carácter, capacidade de trabalho e vontade de bem servir passam a valer mais que qualquer rotundo penacho académico (ou outro)".
Assim ficaria bem melhor, mas enfim...

13 de maio de 2007

Hoje, no Pedro Rolo Duarte, Medeiros Ferreira (Bicho Carpinteiro)

.“Na blogosfera sou um cidadão diversificado”
.”Eventuais compensações financeiras da blogosfera são para mim um fenómeno opaco."
.”A primeira linha da defesa da liberdade de expressão está na blogosfera, pois ainda não há nela paradigmas.”


Para ouvir aqui no podcast da antena 1

Um troço de Estrada (teatro blogosférico)

(Sobe o pano)
- Quero um troço de estrada, faz favor.
- Com certeza. Quanto?
- Uns dez quilómetros. Sem curvas e a descer. Quero ir visitar a minha tia Faustina que mora lá em baixo no vale.
- Deseja sinais de trânsito?
- Não muitos. Uns outdoors e alguns cruzamentos com estrada sem prioridade. Estou com um bocado de pressa.
- Muito bem. Deseja material de qualidade ou pode ter buracos?
- Qual a diferença de preço?
- Bom, assim em bom, custa-lhe 600$00 por quilómetro, sem contar com a sinalização horizontal. Com sinalização horizontal, custa mais três por cento. Se for um troço de segunda, posso fazer-lhe 450
- Está tudo pela hora da morte. Uma pessoa não pode ir a lado nenhum. Dê-me então dessa mais fraca, sem sinalização horizontal e sem polícias de trânsito. Mas ponha uma tasca aí ao quilómetro 6 ou 7.
- Olhe, nem de propósito. Tenho aqui um troço de um IP que alguém construiu e depois não encontrou onde o pôr. Está como novo e tem uma estação de serviço ao quilómetro 5, com duas ucranianas e uma moldava a servir água tónica e cerveja.
- Óptimo, levo esse...
- Temos agora uma promoção: umas garotas seminuas que empunham uns sinais de trânsito com limites de velocidade. São só mais 5 por cento.
- Não, isso vai-me atrasar muito.
- Muito bem. Deseja que embrulhe?
- Não, estou com muita pressa... é para usar já.
- Certíssimo. Onde deseja que o ponha?
- Em frente do pára-brisas, está claro...

"Pão Comanteiga" (adaptado - não resisti à tentação de estragar um pouco o texto original)

12 de maio de 2007

"Dragoscópio" encadernou-se...


Chama-se "À Queima-Roupa" e é o novo livro de César Augusto Dragão. Parabéns.



"Além do mais, se bem estou recordado e a memória não me falha, não contraí matrimónio com a Verdade, em modo ou tempo algum, o que, se por um lado me veda o acesso às ufanias de quem com ela partilha diariamente o tálamo, por outro, isenta-me das ilusões e do peso das rendilhadas armações de hastes fatalmente inerentes a tão fantástica condição."
César Augusto Dragão

11 de maio de 2007

António Costa para a grande autarquia?

António Costa, não, é óbvio. O homem ia achar-se despromovido. Que repercussões, ao nível psicossomático, poderia haver se ele transitasse de número dois para presidente da junta? Há que ter muito cuidado.
A minha sugestão recai sobre Maria de Lurdes Reis Rodrigues. Eu nunca vou a Lisboa…

As Desastradas Tretas do "Trala"

Ecologia e Orgasmo Feminino
Preocupado com o excessivo consumo de água em terras do Tio Sam, um meritório painel americano de ecologia publicava, há dias, algo no género: (a tradução é minha)
“O chuveiro é um instrumento precioso para tomarmos banho. É para isso que as mulheres o devem usar e não como indutor orgásmico. Esta última função, hoje em dia tão disseminada na sociedade americana, tem provado ser um pavoroso esbanjador do precioso líquido que urge combater, sem esmorecimento."
Ora aí está o que é. Elas é que nos gastam a água (e o resto)...

A propósito do ultraje que é o leque salarial...

Todos sabemos por que os bons lacaios ganham tão bem. Ganhar bem raramente depende de uma competente prestação de serviços às comunidades, vista a coisa assim de um modo abstracto e inerte. Os grandes lacaios dos sistemas ganham bem porque servem bem. Dão lucros, quer trabalhando desunhadamente em benefício dos superestruturais sistemas, quer obrigando zelosamente os outros a trabalhar. Os sistemas podem pagar regiamente a quem regiamente os serve.
Fica assim justificado, ao abrigo do pensamento e da moral (que não ética) burgueses, o chorudo provento dos lacaios de primeira classe.
O sistema capitalista, patrão de todos os trintanários, desde os de libré até aos de ganga, paga-lhes de acordo com o grau de eficiência que possuem na perseguição de um único objectivo querido do capital: multiplicar-se rapida e copiosamente.



9 de maio de 2007

Prateleira Anacrónica

“À Pétrograd, une foule portant des drapeaux rouges prit Trotsky à la descente du train et le porta sur ses épaules. Trotsky se mit aussitôt à haranguer cette foule, il l’appela à faire une nouvelle rèvolution.”
(Últimas linhas deste primeiro volume sobre Trotsky, de Isaac Deutscher)

Não. Não foi com um picador de gelo (opinião sustentada em alguma historiografia burguesa) que Leon Trotsky foi vindimado. Foi com um certeiro golpe de piolet que o profeta armado da quarta internacional foi definitivamente calado, em 20 de Agosto de 1940. Escreveu "A Revolução Permanente", um dos mais relevantes volumes sobre a questão do poder na revolução de 17, livro que muitos acham (de modo irritantemente jocoso) ter sido escrito depois de o autor ter experimentado o golpe mortal do piolet de Stalin.
Eu creio, ainda assim, que foi antes.
Superstições...

6 de maio de 2007

Madeira, ame-a ou deixe-a...

Mais aclamado que Fulgêncio Batista. Mais absoluto que Emílio Médici. Mais veterano que Omar Bongo. Mais divertido que Groucho Marx. Mais entranhado que nódoa de vinho.
Não consigo deixar de simpatizar com ele, mas não sei porque isso me acontece, visto que há muito tempo deixei de beber.
Ganhou de novo e vai ficar na Madeira por mais trinta anos, para animar as nossas áridas existências.
Desejo-lhe longa vida. Todos os cómicos deviam viver para sempre…
Hoje, na rubrica dominical de Pedro Rolo Duarte, Daniel Oliveira (“Arrastão”) pronunciou-se contra todas as tentativas de controle da blogosfera e defendeu alguma profissionalização deste meio, de modo a criar alternativas aos media tradicionais.
Rolo Duarte: "Os blogs da direita parecem-me mais ágeis e interessantes que os da esquerda."
Daniel Oliveira: "Os blogs de esquerda estão mais chatos que os da direita, porque a esquerda sente-se derrotada. A derrota é, de facto, muito pouco sexy". (Quase sic).
Vale a pena ouvir, aqui no podcast da Antena 1

5 de maio de 2007

Carta aberta de Por Enquanto a um ministro virtual

Sabe, Senhor Ministro, eu não queria parecer pessimista, tanto mais que todas as Vossas Excelências têm vindo a alardear que o pessimismo encolhe e embota o desenvolvimento da bolsa e o desenvolvimento da bolsa é que é o grande desarrincanço das economias. Sei disso muito bem e não quero, de modo nenhum, parecer um estorvo ao desenvolvimento do paísito a que Vossas Excelências e eu, por enquanto, pertencemos. Não quero parecer pessimista, e também gostaria de o não ser, esforçando-me todos os dias para contrariar essa tendência, mas olho diariamente para esses destroços ambulantes que são os portuguesitos do seu/nosso (por enquanto) paísito e não posso deixar de ficar assustado.
Sabe, Senhor Ministro, eu não queria parecer assustadiço, tanto mais que as Vossas Excelências Todas têm vindo a alardear que o medo, o temor, o cagaço e o pânico encolhem e desbotam o desenvolvimento da bolsa, etc, etc, etc.
Mas olho diariamente para essas ruínas errantes que são os portuguesitos da sua/nossa (por enquanto) patriazita, e não posso deixar de ficar amargurado.
Sabe, Senhor Ministro, eu não queria parecer amargurado, etc, etc, etc.
De Vossas Excelências Todas,
Inquieto, vulnerável e (cada vez mais) obrigado,
Subscrevo-me atenciosamente,