Eu? Mandar alunos para a rua? Nada disso! Não estou interessado em levar uma cachaporra de um bando de ciganos. (Ah, desculpem, isto é racismo ou xenofobia ou sarampo ou lá como isso se chama). Nem sequer sei quem bate com mais força, (eu ignorantão de surras, de tareias e de esmurrações) se são os ciganos ou os gadjos…
Sei lá que punhos ou coices são mais demolidores das carcaças dos professores da escola pública nacional! Sei lá disso, eu, que até hoje, em 32 anos de ensino, nunca apanhei a sério. (Quando andei na tropa em Mafra, levei uma vez duas chumbadas no cu, dadas por um sargento miliciano com uma espingarda de pressão de ar. Dois buraquinhos sem importância, ladeando o que, por natureza, já lá estava. Mas essa operação de charme nunca mais se repetiu.)
Mas, se nos meus 32 anos de ensino nunca apanhei, já vi apanhar! Uma vez, foi um doutor de leis que esmurrou um colega meu novato e inexperiente. Outra vez foi um médico muito conceituado que mandou um tremendo estaladão em outro colega (estaladão de médico é demolidor, como devem saber). Há dias foi um de Matemática que foi surrado por ciganos (bolas, lá estou eu de novo todo xenófobo, rácico ou parkinsónico ou lá que diabo de coisa é essa).
Racista e sem razão, porque nem sequer sei quem bateu melhor (quero dizer, pior), se foi o causídico, o sangrador ou a ciganada. O professor de Matemática foi, dos três professores, o que mais maltratado ficou, mas isso não prova que o desancar dos ciganos seja pior ou melhor que o dos doutores brancos. O caso é que os brancos agiram individualmente, por conta própria, cada um com a sua vítima, ao passo que os ciganos eram três, agindo de modo organizado, esmurrando de modo científico, e eram todos muito jovens. Já se sabe que um jovem, por vezes, não tem bem a noção da força com que bate. E a vítima, neste caso, era um velhote da minha idade, frágil e quebradiço como todos os velhotes. E este apresentava ainda uma debilidade maior, por ter passado 34 anos a tentar ensinar Matemática a ciganos! (Caramba, desculpem de novo a minha racicidade, parkinsonidade xenofobia ou sarampo ou lá o que isso possa ser…). Quanto à apregoada diferença de idades entre agressores e agredido, tudo não passa de pura demagogia, visto que quer um quer outros tinham exactamente a mesma idade: O professor tinha 60 anos e os três agressores também (vinte anos cada um).
Post 815 (Imagem daqui)
2 comentários:
Ora toma que já almoçaste...
PG
Obviamente que não é uma questão de racismo. É uma questão de considerar-se inaceitável qualquer ato deste tipo, mais ainda quando os perpetradores se abrigam num todo e a "luta", para além de inqualificável, é desigual. Se não acharmos grave só porque vem de uma minoria dita desfavorecida, então aí sim seria preconceito ao contrário:) Rejeitemos o mal, venha donde vier! Bjs, jmm!
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