21 de dezembro de 2011

Exame de Português para o 11º ano Profissional

gramaticaAlvo: Alunos do 11º ANO, FINALISTAS A TENDER PARA O PRE-UNIVERSITÁRIO

Nome _____________Nº____ Turma ____

Notas: 1. É provável que não reconheças a sala onde estás, pois desta vez, como podes ver, há dois gajos na secretária, em vez de um. Não fiques preocupado pelo facto de eles não estarem a fim de falar contigo, nem de te aborrecer com o trabalho de casa. Milagres acontecem.

           2. É aconselhável que estejas sentado no lugar certo e à hora certa, sem o que poderás perder definitivamente o ensejo de executar a prova e de chegares a tempo ao almoço. Repara se tens à tua direita o Francisco Pé de Vento, à esquerda o Nuno Alguidares, atrás de ti deve estar a Mónica Lupas e à tua frente a tua vizinha Sarita, aquela das mamas grandes. que uma vez te pediu para ires ao cinema com ela e tu confundiste e foste parar à Baixa da Banheira, ainda hoje não sabes bem como.

           3. Coloca em cima da mesa os teus objectos pessoais: telemóvel, skate, gameboy ou nintendo, dois ou três cds com as cascas rachadas, etc, para te sentires mais reconfortado. Se tiveres um bilhete de identidade, podes colocar também.  Não te esqueças que aqui tens mesmo que escrever com caneta ou esferográfica e não com corrector. Tenta acertar no papel de prova que está à tua frente. Boa sorte.

I. LÊ O TEXTO QUE SEGUE: (texto é esse amontoado de palavras que vem a seguir. Podes reconhecê-lo facilmente porque te dá náuseas e pode trocar-te os olhos).

TEXTO >>> Olha, Marília, as flautas dos pastores

                      Que bem que soam, como estão cadentes!

                      Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

                      Os Zéfiros brincar por entre as flores?

(Ufa, pronto, acabou. Agora vem aí uma caixa com vocabulário, ok?)

Caixa com vocabulário:

Flautas = Instrumento parecido com um pau, que se toca soprando numa das pontas.

Pastores = Aqui, não são padres. São uma espécie de zombies que andam sozinhos pelos montes, atrás das cabras e tocando as tais flautas. Seria mais incómodo levarem o piano de cauda da tua tia Gioconda.

Cadentes = afinadas, ao compasso. (é música, portanto)

Tejo = Não, não é o teu cão, embora, por vezes, ele pareça que, de facto, sorri. O Tejo é um rio que fica lá para o sul.

Zéfiros = O teu Professor também não sabe o que são, mas não deve ser nada de macho, pelo jeito com que brincam com as flores.

I. AGORA TENTA RESPONDER A ESTAS PERGUNTAS.   BASTA ESCOLHERES  A QUE TE PARECE MELHOR, POIS O IDIOTA DO TEU PROFESSOR JÁ RESPONDEU E NEM SEQUER SE APERCEBEU DISSO:

1.1. Gostaste do texto?

      A) Gostei muito, embora não tenha compreendido tudo.

      B) Acho que sim, porque a Mónica estava contente e ela é boa nisto.

      C) Gostei mais ou menos, mas podia ter mais acção.

      D) Sim, gostaste. (No caso de optares por esta, repara que a pessoa do verbo poderá estar incorrecta)

1.2. Quem é Marília?

      A) É a minha prima de Barrô.

      B) É a prima do Camões

      C) É a prima do Bocage

      D) É uma tipa qualquer que andava por lá atrás das cabras.

1.3. Serias capaz de escrever um poema como este?

      A) Não. Nunca teria coragem para tanto.

      B) Numa boa. Eu sou muito cencíbel à poisia.

      C) Talvez.

      D) Nenhuma das anteriores, nem das seguintes, se as houvesse.

COMPOSIÇÃO  (Composição é um emaranhado de palavras, mas, desta vez, escritas por ti. Tenta colocá-las umas atrás das outras, hierarquizando o teu texto e usando, se possível, o sujeito, o predicado e os complementos directo, indirecto e circunstanciais, se os houver. No entanto, evita colares-te demasiado à fórmula que te sugiro, escrevendo, por exemplo: "O sujeito predicou um complemento directo ao complemento indirecto, lá no complemento circunstancial de lugar". Esta frase, embora correcta na sua estrutura, não apresenta muita criatividade.)

II. Agora, para terminar, (pois já estás aqui sentado há mais de uma hora e deves estar ansioso por ires relembrar como era o sol), escreve qualquer coisa para o idiota do teu professor se entreter no fim de semana. Não o massacres muito, e tenta entender a mania que o tipo tem de querer ver as palavras todas direitas. Faz-lhe a vontade, com os diabos, um dia não são dias e eu sei que tu és bondoso quando te esforças.

Se não te lembras de nada importante, telefona ao teu pai, à tua prima Marília ou ao teu tio Faustino que sabe histórias à brava. Além disso, há quanto tempo é que não ligas ao teu tio Faustino? Aproveita e pergunta-lhe se está melhor da perna que tu lhe partiste a semana passada com um toquezito sem importância. (Os mais velhos têm tendência para serem quebradiços).Tenho a certeza de que o teu tio vai ficar tão sensibilizado como tu ficaste quando lha partiste...

Lembra-te:  deves escrever, pelo menos duas linhas e não podes entregar o cd que trouxeste, em vez do papel da prova.

As provas são anónimas. Escreve o teu nome só no cabeçalho da prova, mas faz um desenho qualquer e depois diz ao teu professor o que fizeste, para que ele possa reconhecer a tua prova e dar um jeito de te passar mais facilmente ainda.

(Boa sorte e, se por acaso estiveres com a tua prima Marília, diz-lhe  que o Tomaz Dirceu Gonzaga quer fazer um poema com ela, uma noite destas…)

     Post 804     (Imagem daqui)

2 comentários:

AEfetivamente disse...

Brilhante! Uma prova passada com absoluta distinção ( a tua, óbvio). Para ler, rir e refletir, confirmar, contrariar se fosse possível:) Vou partilhar, adorei. Bjs

Anónimo disse...

Taditos! Serão eles capazes de superar tal prova?
Brilhante a definição de Zéfiros! Brincar com flores e fazer poemas tem muito que se lhe diga... :) Marla