18 de setembro de 2010

Virgílio Castelo e eu

 

Um rapaz da minha criação, de barbas brancas e algum discernimento, estava a falar das coisas que a vida lhe ensinou. Creio ser mais ou menos universal a tendência de ficarmos comparando vidas, projectos, perspectivas, ideologias, vivências…

(Imagem daqui)

virgilio-castelo
Enquanto me delicio a corrigir testes diagnósticos, espreito a SIC e ouço Virgílio Castelo que concede uma entrevista a Daniel Oliveira (o miúdo). Virgílio Castelo disse várias coisas suas que, inevitavelmente, tive que comparar com as minhas. O actor, de 57 anos, disse que mal viveu e já é quase sexagenário. Eu não vivi e já sou sexagenário. Disse ainda que os seus pais lhe compravam sapatos a prestações. Sorte dele. Eu tinha 13 anos quando tive direito às minhas primeiras chancas, compradas também a prestações, é claro. (Lembro-me de como me senti, de repente, mais alto e mais imponente). Disse ele também que a família é uma coisa que se constrói

até à morte. Mas não falou da competência que é necessário possuir para a construir. Eu não fui capaz. Disse ainda que está a atravessar um período áureo da sua vida porque, aos 57 anos, tem saúde. Eu perdi-a e estou com dificuldade em a reencontrar. O meu período áureo estaria ferrugento, se o ouro enferrujasse. Ele acrescentou que quem tem saúde não precisa de se reformar. Eu não podia estar mais de acordo e, por isso mesmo, corri ao blogue para aqui registar a agradável impressão que um simples actor me deixou hoje…

(Não é necessário ler os grandes filósofos para me explicar a vida…)

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