15 de setembro de 2010

Ao futuro!

planos-para-o-futuro-01 Hoje foi o dia de ouvir quem tem futuro pela frente – os jovens. Falaram-me com a veemência do que queriam ser um dia (a ter que se ser um dia alguma coisa), mas sem nunca hipotecar aos seus risonhos futuros os seus presentes soberbos, os seus inesgotáveis tesões de viver.

 

Todos evidenciaram os seus presentes sem mácula de tristeza e todos fizeram brilhar os seus olhos vivos perante a perspectiva dos futuros que me descreveram. Serão médicos, advogados, informáticos, juízes, cantores, engenheiros, turistas, preguiçosos, ricos. E os seus futuros estão vincada e indelevelmente traçados por eles. Se alguma coisa não der certo, nunca será culpa sua, tão crédulos e confiantes o desenharam hoje.

 

E eu, cujos sonhos são tão módicos, cujos dias tão contados, fui momentaneamente contaminado, de uma contaminação boa e sadia que me fez outro. Grato aos estouvados lenitivos desta formosa juventude! Não me absolveram os futuros juízes, mas mostraram-me que ainda pode haver perdão; não me curaram os futuros médicos, mas deram-me a beber um paliativo doce; não me embalaram os futuros cantores, mas mostraram-me uma linha viva da imortal partitura… (Etc… podem completar vocês o texto agora…)

(Imagem daqui)

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