Aubrey de Grey, o cientista inglês que profetiza a imortalidade do ser humano já daqui a 25 anos, dirige a fundação Matusalém e assegura que as crianças que nascerem hoje já poderão recauchutar as suas células (à medida que se forem estragando com a idade) de uma forma tão eficaz que poderão facilmente viver mil anos, pelo menos.
Claro que lamento ter nascido tão cedo. Já não verei a aurora desse novo e encantado mundo. Garanto que fiz de tudo para adiar o acto de nascer. Sempre me disseram que demorei mais uns dias lá dentro, para além do tempo normal de gestação. E em relação à morte, tento fazer o mesmo.
Não usufruirei da imortalidade que Aubrey preconiza e terei que engolir esta raiva muda pela flagrante injustiça vertical que a situação representa.
Para aplacar esta raiva impotente, resta-me imaginar que Aubrey não passa de um louco visionário e que a morte não está nem aí para o que ele diz. (A avaliar pelo seu aspecto bizarro, acredito que não esteja muito longe disso…)
(Imagem daqui)
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