Mais uma vez, Paulo Carvalho indica-nos o caminho a seguir. De certo modo, sinto-me mais acompanhado, visto que já anteriormente eu tinha aflorado esta mesma proposta, neste post que agora vos relembro.
Em boa verdade, aquilo de que a escola pública menos precisa neste momento é dar ouvidos à tutela. Raríssimas vezes ao longo dos anos a tutela educativa serviu para alguma coisa! Mas esta tutela tem sido confrangedoramente eficaz no processo de desagregação do sistema e de instauração do mais exasperante clima de desconfiança e ódio entre os professores que até hoje, em trinta anos, me foi dado observar.
A manutenção desta tutela é, pois, contraproducente e traz inúmeros efeitos colaterais. Ela está a desencadear manifestações de rejeição em todos os órgãos do corpo docente. Intoxicado e enfermo, ele reage mal à menor adversidade e há muito entrou em processo de autodestruição.
O corpo docente está em autofagia progressiva e intravável.
A medicação da tutela não é mais necessária. Podemos aliviar o tratamento. A degradação a que chegámos já é irreparável.
(Imagem tirada daqui)
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