Este artigo merece-me, obviamente, o respeito devido a toda a escrita apurada e higiénica, características que nele posso facilmente encontrar. Porém, para além da qualidade da escrita, o texto nada mais contém que me seduza. E não me seduz, sobretudo, ao nível da atitude, ao nível da manifestação de uma pose meio ordinária que o autor vai, paulatinamente, revelando. Não me seduz a intratável ignorância com que aborda uma problemática que possui uma complexidade muito maior que aquela que o texto nos oferece. Espero, no entanto, que esta perspectiva tão singular seja, pelo menos, honesta e franca, baseada numa verdadeira convicção do autor, e não o que, por um direito que me assiste, desconfio que seja: um inteligente abanar de rabo de um pobre rafeiro para ganhar a atenção do dono.
(Imagem tirada daqui)
1 comentário:
Uma das coisas mais bonitas que a democracia nos pode dar é precisamente o exercício pleno e em liberdade dos direitos que nos estão concedidos.
Faz por isso muito bem em exercer esse direito que lhe assiste e que «desconfia que seja»: que o autor do texto que referiu não tenha feito mais do que «um inteligente abanar de rabo de um pobre rafeiro para ganhar a atenção do dono».
Mas eu também tenho os meus direitos e também gosto de os exercer.
É por isso que aqui deixo exercido um deles:
É que também eu «desconfio» que todos aqueles que se referem dessa maneira aos textos que de algum modo reflectem um apoio, ainda que meramente implícito, às políticas do ministério da Educação, designadamente no que se refere à avaliação de desempenho dos professores, mais não significam do que um «imbecil abanar de rabo de um pobre rafeiro que mais não quer do que evitar ser avaliado pelo dono».
O que o faz temer essa avaliação, face àqueles que não se importam de a defrontar, também «desconfio» que sei o que é: MEDO!
O que temem então aqueles que não querem ser avaliados no seu desempenho profissional?
O que os move nessa sua determinação?
«Desconfio» que sei o que é: uma secreta consciência da sua própria incompetência.
Pelo menos mé o que eu «desconfio»...
Cumprimentos.
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