Alguns de nós sofremos de profundidade crónica. A velhice afundou-nos o pensamento a níveis onde os jovens já não alcançam. Qual poço de engenho nos estios mais longos, as nossas águas caem, como a nossa força, num vislumbre mais real que desejado da nossa inquietante e irremediável solidão. No fundo do poço, ébrios das nossas soberbas inteligências que ninguém mais pressente ou deseja, vegetamos por dentro de nós, mexendo e remexendo memórias magras, no estertor do entendimento universal, no paroxismo de todas as dores…
(E, silentes, arrefecemos.)
(Imagem daqui)
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