Nunca o tive em minhas mãos, nem mesmo para saber de que cor ele é. Mas ouço falar dele desde, pelo menos, 1974. E, aparentemente, raras vezes estacionou ele nas mãos certas, ou, pelo menos, nas mãos menos erradas. O poder deve ser como o dinheiro (que também nunca tive): quem o tem quase nunca o merece, quem nunca o teve nem sequer sabe se é mau viver sem ele, nem se é bom viver com ele…
Nem pensem em um dia me dar poder, ainda que seja um poderzinho limitado, assim do tipo mandar numa ilhota como a do Alberto João. Pensam que eu me ficava por umas alarvidades contra a república, o estado, o governo, o ministério? Nada disso. Eu afundava mesmo. Destituía dos seus lugares todos os políticos, administradores, chefes, directores, capatazes, para colocar lá os meus amigos e as suas esposas (pelo menos as menos feias e as que cozinham bem e que alguma vez me tivessem convidado para almoçar, jantar ou outra).
Isso não seria um governo decente? Claro que não seria, seria apenas mais um governo para cumprir a tradição.
(Isto é mesmo a silly season)
(Imagem daqui)
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