A criançada, em número de seis exemplares (alguns deles sendo claramente seus), encharcava-se na água alambre da swimming-pool de plástico de três metros. A sogra acabava de chegar dentro daquele seu inolvidável vestido às ramagens, apregoador de tantas primaveras passadas, e trazia um bolo de noz. A mulher soprava umas brasas para assar uns nacos de carne de promoção. Ele, sentado na cadeira de plástico branco, folheava a Dica da Semana e sorria sereno de alguma novidade política, inconfidência de estrela pop ou baixa de preços, sentindo no ar o cheiro certificado da família e das febras. Uma única preocupação enrugava, de quando em vez, as testas do casal: que algum dos respectivos amantes telefonasse agora, a estragar as alegrias da consoladora e reconfortante tarte de noz familiar…
(Imagem daqui)
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