Como pudeste pensar que as férias duravam para sempre? Eis-te de volta ao trabalho, mais esfalfado do que estavas antes delas. Os alunos, esses sim, refrescaram-se por dentro e por fora. Voltaram mais energéticos, mais demolidores e tortuosos, mais implacáveis do que nunca. Tu nada podes contra o vigor indomável da sua saúde. Quisera-los mais brandos, mais calados, mais frágeis, talvez mais deficitários, um pouco atormentados até, para então poderes ajudá-los. É a tua função. Mas descobres dia a dia que eles não precisam de ti, de ti que só lhes ensinas baboseiras, só lhes sugeres trabalho, esforço, renúncia, reflexão, decência, organização, método, estudo e o caneco…
(Também eles já descreram de ti, já não nutrem qualquer esperança de fazer de ti um homem feliz…)
(Imagem daqui)
2 comentários:
Não será a net a grande escola global? O máximo de socialização e o máximo de solidão! Os professores têm um futuro incerto. Tornar-se-ão obsoletos com os livros impressos?
Vertiginosa a mudança!
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Texto muito bom. Parabéns.
Joana Andrad
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