Para mostrar as suas virtualidades face aos planos curriculares, as escolas mostram desde já as suas ofertas educativas ao mercado concorrencial. Muitas investem alguns milhares de euros em vídeos promocionais executados por equipas de jornalistas profissionais. É vê-los, acompanhados dos seus chairmen-to-be, escolhendo os ângulos mais fotogénicos das salas, dos ginásios, das bibliotecas, das alunas, das cantinas e dos bares. Não, não falo de escolas privadas. Estou a falar de escolas da rede pública. Para um homem como eu, habituado a entender o ensino público como um sistema organizado, colaborativo e sem concorrência ou disrupção internas, tais promoções fazem tanto sentido como uma viola num enterro.
Uma pergunta se impõe: quem paga estas promoções? Será o min-edu, o director-que-há-de-ser, o partido do governo, os contribuintes-em-vias-de-falência, a União Europeia, ou a puta que os pariu? Se alguém souber, me responda por favor. É que isto de estar a assistir a um filme trágicómico sem entender a história não dá com nada…
(Ah, se a resposta for a última hipótese, é bom começar a pensar na legalização da profissão da mamã, certo?...)
(Imagem daqui)
2 comentários:
A promoção é o que está a dar. Se o conteúdo corresponde ao continente, não importa absolutamente nada. Casos há (poucos!) em que a embalagem não faz justiça ao produto. A escola pública actual não se inclui nesta minoria, por mais que tentem os muitos bons profissionais que lá se encontram.Abraço
OF
obrigado pelo comentário oportuníssimo. Grande abraço.
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