Estudos recentes parecem provar à saciedade que o custo médio de um aluno na escola pública é mais elevado do que o custo do mesmo aluno na escola privada. Esquecendo, por instantes, a eventual diferença de estado inicial entre estes dois alunos, o fenómeno explicará, certamente, a tentativa, por parte do estado, de reduzir substancialmente o peso do ensino público, transferindo grande parte do esforço orçamental para a esfera privada. Faz todo o sentido.
Porém, o estado precisa de um ensino público, como de pão para a boca. Não para garantir a tão proclamada igualdade de oportunidades (pois essa quimera alucinada este ensino público não garante de facto), mas para produzir uma massa enfileirada, meio amorfa e só medianamente estúpida, porém formalmente qualificada (embora, de facto, destituída de quaisquer qualificações), uma massa que saiba corresponder socialmente ao apelo do regime autocrático mais acéfalo que se conhece: a democracia parlamentar e a unidade europeia.
Será, então, para isso que serve a escola pública, onde um quarteirão de pessoas tenta diariamente impingir aos jovens o respeito e o apreço por todos os carneirismos bem pensantes e politicamente correctos da representatividade europeia? Se não for para isto, para que raio estará ela a servir?
(Imagem daqui)
PS. Para que conste: o autor é acérrimo defensor de uma escola pública de qualidade, ou seja, outra escola pública.
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