O abandono escolar em Portugal é, segundo os media oficiais, o mais alto da Europa (cifra-se pelos 40%) e, ainda segundo as mesmas fontes, ocorre em jovens até aos 16 anos que não concluem os seus estudos básicos. Entidades governamentais asseguram, no entanto, que este número não é exacto e que, ao contrário, já se notou uma maior afluência ao estudo (ou, se quisermos, um menor abandono) no ano lectivo transacto. Não sei quem tem razão, nem isso deverá ser, na minha óptica, matéria de discussão. Sabe-se que há abandono escolar e isso parece ser um dado incontestável. Todos os professores contam sempre com uma ou duas baixas nos seus contingentes ao longo do ano lectivo, processo esse que começa logo depois da primeira interrupção. Sobre as causas ninguém precisa fazer estudos profundos e dispendiosos: os alunos vão-se embora porque não gostam da escola. Na verdade ainda são muitos os professores que teimam em obrigá-los a estudar, função que se transformou numa actividade odiosa, incomportável para as suas capacidades cada vez mais limitadas e para os seus estilos de vida, cada vez mais sedutores. Os pais acompanham-nos na compreensão dessa atitude. Também eles já foram alunos demitidos das suas funções e nunca entenderam para que fim serve realmente a escola: a montante dela já se sofrem calores e suores frios, na iminência de ter que a frequentar; durante ela, arrasta-se penosamente uma entediante realidade; a jusante dela, nada parece ter ficado melhor pelo facto de se ter lá passado. Somando a isto tudo a decrépita imagem social que a escola hoje ostenta, vê-se de imediato que ela não é, de facto, o melhor lugar para se passar toda a infância e adolescência.
Há, fora dela, lugares muito mais divertidos e tão ou mais embrutecedores que ela…
2 comentários:
Esse final é mesmo a tua cara. Mas sabes que até chego a concordar, apesar de perceber que estás, obviamente a ironizar?
Um abração do
effetus.blogspot.com
Olha quem ele é, o mais famoso blogger da praça! Um grande abraço, companheiro. Mas o nosso effetus está um pouco parado. Porquê?
É, amigão, não é fácil falar de educação sem ironizar. Feliz tu que estás fora dela e nunca quiseste entrar. Feliz e, sobretudo, inteligente.
Outro abraço.
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