9 de abril de 2007

Uma no cravo...

Primeiro contei os dias. Depois passei a contar as semanas.
Sinceramente, nunca pensei que a questão do prefixo do Primeiro-ministro José Sócrates sobrevivesse à inundação das amêndoas.
Ora o facto de José Sócrates ter ou não ter graus académicos não prefigura uma incompatibilidade para exercer o cargo de Primeiro-ministro. Felizmente, os cargos públicos são entregues a quem demonstra aptidões e competências para os exercer e não a quem tem diplomas, sobretudo quando estes não traduzem, necessariamente, (e os casos são mais que as mães) as competências e os saberes que seria suposto traduzirem. (Ou então, eu estou a tomar desejos por realidades e, neste caso, recomendo outros blogs bem mais razoáveis do que este).
Canudos possuem uma configuração adequada para ver Braga, mas não garantem honestidade, rigor, empenho e vontade de trabalhar.
Para além de tudo isto, será que, na sua campanha eleitoral, o Primeiro Ministro afirmou: “Sou Engenheiro e, nessa qualidade, vou baixar os impostos”? Não. O Primeiro-ministro disse apenas: “Vou baixar os impostos”. Portanto, mesmo que ele não seja Engenheiro, ou o seja de modo enviesado, esse aspecto não prefigura quebra de promessa eleitoral.
O Primeiro-ministro de Portugal, eleito por votação universal, devia ter o poder de simplesmente cancelar esta polémica, como quem manda calar uma algazarra no pátio de uma escola primária, (ou numa sala do secundário, ou numa aula do superior), e afirmar simplesmente: “Se sou ou não sou, isso é um problema meu. E não vou dar a nenhum tratante o gostinho de uma explicação”. Ora aí está o que eu diria.
Caramba, se não há um pouquinho de arbitrariedade, um leve toque de prepotência, no poder, para que raio serve o poder?


2 comentários:

GPC disse...

Pois é, mas o problema é que ele não disse. Mas porque raio não disse? "deixem-me em paz que isso não me interessa nada".
Não disse. Eu vi na TV a perguntarem-lhe e não disse. Pôs umas ventas e não disse. Até porque essa (nada de títulos) é uma das supostas grandes virtudes da democracia...
Não disse.
Na melhor das hipóteses temos problema de consciência. Na pior, uma anormalidade qualquer que não consigo entender.

joao de miranda m. disse...

"Na pior, uma anormalidade qualquer que não consigo entender."
Concordo em absoluto. Eu também não sei entender isso...