28 de abril de 2007

Prateleira Anacrónica

Que é que terá levado um jovem de dezanove anos a adquirir este livro em 1970? Porque é que, em 1970, escrevi anotações nas margens deste livro, que ainda hoje me parecem sensatas e oportunas? O que me teria levado a registar, no topo da página dezanove, o lugar e o momento em que foi lido (Praia de Mira, em 12 de Agosto daquele ano)?
E por que será que hoje me interesso mais por essa irrelevante informação pessoal do que pela impiedosa severidade do texto cru de Marx e Engels, abordando a ditadura do proletariado, o período de transição entre os sistemas capitalista e comunista, as fases de maturidade da economia socialista, a distribuição dos bens sociais e o internacionalismo proletário?
Qual de nós dois está morto: o livro, ou eu?


2 comentários:

alecerosana disse...

o sonho. foi o sonho de um mundo melhor, a ingenuidade de um coração jovem. e, acredite, nenhum deles está morto!

AEfetivamente disse...

Belíssimo comentário, este acima!
Adorei o texto.:)