9 de maio de 2008

Orlando Borges

orlando Orlando Borges tem sessenta e três anos e ainda lecciona. Trinta e quatro anos de serviço e um montão de alarvidades de alunos, colegas e tutelas não foram suficientes para lhe corromper a sabedoria e embotar o humor. Orlando entra na sala de professores. Pouca gente àquela hora, só eu (também arrastando já trinta de serviço) e uma empregada, arrastando a perna e o aspirador. Sala aquecida, Orlando despe o velho casaco, pendura-o numa cadeira e nota que há, pregado nas costas, um grande pedaço de papel onde se lê “sou um grande burro”. Uma pausa curta, um sobrolho carregado, um desalento fugaz. Orlando desprega o papel, acrescenta o texto “cuidado, posso dar coices”, volta a pregá-lo onde estava, veste de novo o casaco e abandona a sala…

 

(Imagem tirada daqui)

2 comentários:

Anónimo disse...

Jo�o, por mal dos meus pecados, n�o tenho tido tempo de espreitar a net. Hoje li, de empreitada, alguns dos teus textos. Ainda n�o estou em dia, mas quero dizer-te que a tua escrita mordaz, verrinosa mesmo, atenta,inteligente, est� cada vez melhor. Tens aqui textos fabulosos. Ent�o aquele do beijo ao ginasta � uma vergastada nas nossas consci�ncias!
Aquele abra�o!
Odete

Anónimo disse...

Bravo Orlando, há que reagir, nada nem ninguém dos novos pululantes que infestam os corredores das novas escolas lulianas, nos pode destruir o nosso pensamento e vontade, é certo que incomodam, mas temos que nos rir e gozar com o semblante alarve e imbecil das suas máscaras, de pretensa inteligência