Um amigo da minha idade, que também ainda não conseguiu fugir da escola, escrevia-me há dias mais ou menos assim: ”A minha delegada de grupo é uma jovem de pouco mais de três décadas de idade, talvez quatro, no máximo. Precisa subir apenas um ou dois escalões para chegar ao topo da carreira. Mas, segundo ela, os escalões podem esperar…
Chamou-me para a ajudar a preencher os meus descritores de avaliação, que são descritores de quem não quer mais que um BOM. Fui com ela ver a grelha, que elencava, imponente, descritores de avaliação inverosímeis. Grande parte deles não me calavam, de facto, fundo na alma. Para ser sincero, não entendi mais que um terço deles, nem quanto à exegese nem quanto às intencionalidades. Nenhum deles me fazia, portanto, grande sentido. (Na minha idade e estatuto, cada vez menos coisas fazem sentido).
Diante do meu insistente pedido de colocar NÃOs por ali abaixo, ela aquiesceu em colocar apenas alguns, de modo a não comprometer o meu Bom. Se ela acedesse ao meu pedido, nem um REGULAR eu ia tirar naquela joça toda…
Ainda bem que tenho uma Delegada de Grupo companheira, compreensiva e suficientemente gerontofílica. Nem todas são assim por esse secundário fora, eu vos garanto…”
Depois, estendeu as pernas, bebeu um trago e suspirou reconfortado…
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1 comentário:
Há poucas coisas com sentido no mundo do ensino em Portugal. Mas é muito bom ter colegas porreiras, mas gerentofílicas?! Morri a rir com este vocábulo. Gostei muito da imagem. Está brutal! Marla
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