Espero ser perdoado pelo que penso sobre este assunto. E penso de um modo tão socialmente incorrecto que não disponho de eufemismos para o expor de modo aceitável. Mas deixo ficar uma percepção: acho que estou a ver um grupo de professores a trabalhar arduamente na prática pedagógica quotidiana, aguentando, que nem baluartes, a quotidiana indelicadeza dos jovens e dos seus pais, dando tudo de si em cada momento, no passado e no presente, para cumprir o seu dever com honra e brio; e um outro grupo (uma matula de oportunistas imprestáveis? Um grupelho de superintendentes, recém-chegado à soleira do poder?) de mãos nos bolsos, a vê-los trabalhar e a denunciar minúsculos erros pedagógicos nos seus deturpados e inúteis relatórios. Como fiscais da Câmara.
Poderia esta percepção ser verdadeira? Não, obviamente! Devo estar a tergiversar, pois, se assim não fosse, esta situação seria demasiado grotesca para poder ser tolerável.
O ensino vive hoje uma burocracite sem precedentes. Muitos iluminados (uns com luz própria e cintilante, outros recebendo essa luz de outros tantos fachos rutilantes) acreditam que toda esta comédia trará, finalmente, o sucesso às escolas secundárias.
Trará, certamente. Um sucesso de pechisbeque, falso como uma léria, porém sucesso como tantos outros...
Mas eu estou dentro de um cone de penumbra, onde nada vejo nem sou visto.
Ainda bem.
Sem comentários:
Enviar um comentário