15 de fevereiro de 2007

Portus Cale

O Afonso é uma criança problemática. Nascido no seio de uma família disruptiva do Minho, vinda não se sabe de onde, certamente do Leste, de mãe fervorosamente católica, (defensora do não e sexualmente frustrada) e pai ausente, bebedor de cerveja e malvasia, o pequeno Afonso, na escola e fora dela, resolve tudo à matraca, arma-se em conquistador barato, subjuga tudo e todos, espalha o terror à sua passagem e falta às aulas que se desunha.
Chamada à escola pela Directora de Turma, a mãe do Afonso, Sora Dona Tereza, queixa-se de que o filho lhe bate, diante do olhar boçal e apardalado do pai, e adianta que o Afonso tem assomos de visionário e não é a primeira vez que ameaça fundar uma nação inteira de energúmenos, indigentes e grunhos que alaparão por todo o lado, desde as terras de Entre-Douro-e-Minho até para lá da região demarcada do Sado.
Perdi o Afonso de vista (entretido que estava a tentar manter de pé, contra ventos e marés, o sistema educativo português), mas algo me diz que o pequeno e maroto Aluno número 1, Afonso Henriques, cumpriu o que prometera à mãe nas suas visões obsessivas
.


Sem comentários: