10 de outubro de 2010

dois pensamentos dois

professor Proponho, assim, uma atitude minimamente dignificante que, em casos de crise aguda como a que os professores estão a viver, deveria ser tomada de imediato, sem qualquer delonga ou embaraço: libertar os professores dos resíduos de avaliação que ainda permanecem no fundo do copo.



(Imagem daqui)

Se vivêssemos num país normal, com governos normais e linhas de pensamento normais (dotadas de sistemas lógicos escorreitos), a crise e o descalabro económico deveriam conduzir todos os culpados do imbróglio financeiro a uma postura de manifesta e total humildade. Pelo menos. E que essa humildade, saindo deles, contaminasse os que estão logo abaixo, e destes alastrasse para os restantes, sem esquecer alguns professores que, emprenhados das suas funções dirigentes, tanto precisam dela…

Não me parece, no entanto, que esteja a ser esse o caso.

Porém, do que quero falar é da realidade pura e dura: tiraram-nos cento e muitos euros por mês e nem por um momento pensaram em nos dispensar da imposição de assistir a estúpidas acções de formação, levadas a efeito por tipos (na maioria dos casos) detestáveis e

incompetentes que pretendem, na  requentada requintada qualidade de formadores, repor a guita que lhes foi espoliada na sequência da crise fabricada pelos comedores mundiais. Proponho, assim, uma atitude minimamente dignificante que, em casos de crise aguda como a que os professores estão a viver, deveria ser tomada de imediato, sem qualquer delonga ou embaraço: libertar os professores dos resíduos de avaliação que ainda permanecem no fundo do copo, depois de anos de amarga libação. É isso mesmo. Roubem lá os duzentos paus aos professores, mas deixem-nos em paz. Será que ainda há quem ache que, depois de todas as velhacarias que lhes foram feitas, ainda resta moral e sonsice para prosseguir com as abusivas e aviltantes intromissões na sala de aula e a burrocrática acumulação das evidências?

Tenham maneiras, vá lá, em nome de um resto de seriedade que ainda se esconda por aí…

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