A restrição à liberdade de pensamento é um facto praticamente incontestável neste final da primeira década. Obviamente, não se trata, espero esperançadamente, da proliferação de prosélitos bufos a espreitar pelas esquinas o que alguém do outro lado vai murmurando entre dentes. Não é bem isso, embora isso esteja talvez mais perto de acontecer do que a saída da crise. A restrição à liberdade está a ser imposta sorrateiramente por uma moda mais ou menos inconsciente que dita que ficar calado é uma atitude de extremo bom gosto. À medida que todos vamos aderindo, o espectro da rolha agiganta-se na razão directa da elegância situacional…
E não temos (nem precisamos de ter) uma superstrutura oficial a controlar o nosso direito à opinião. Ou será que a temos, mesmo sem dela necessitarmos?
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