7 de dezembro de 2009

carta meio-aberta ao professor meio-fechado

papelada Para me entender a mim próprio, para que tu me possas entender, para saberes o que sempre tentei dizer-te sobre educação neste blogue (sem nunca o ter conseguido), terei que me socorrer disto aqui.

Isto aqui não é nada demais, nada que te interesse sobremaneira. É apenas um programa integral de educação. Coisa sem importância nenhuma, hoje em dia. Lê isto (se as grelhas de avaliação te permitirem um minuto de reflexão) e talvez um dia consigas aceitar que o que se diz aqui nos faz falta porque já não há, porque foi substituído por papelada amorfa e disforme, por uma imprecisa frustração feita de uma provincianíssima vassalagem às novas tecnologias, por uma vivência de mofo e infâmia, entre normativos e minutas, grelhas, relatórios, truncaturas, infopontos e grelhas outra vez.

isto, assim de passagem, porque o que lá se diz não serve os actuais propósitos do ensino, dos ensinantes, dos aprendentes, das escolas, dos ministérios, dos pais, dos filhos, de nenhuma espécie da biodiversidade faunística que ora se move pelo país de A a Z. Lê isto, com um olho na probidade do texto e outro na ligeireza do burrifanço, porque nada do que se diz lá te despertará, tal o estado de dormência em que ressonas. Mas lê.

E depois esquece e tenta mas é tratar da vidinha, espreitando o cada vez mais estreito furo da subida de escalão, nem que para isso tenhas que passar algumas horas a desenvolver as tuas já brilhantes competências de notoriedade e show-off.

Não me leves a mal ter-te mostrado coisa tão enfadonhamente imprópria.

Bom Natal.

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