A Ministra da Educação apostou e temo que tenha ganho.
De olhar desconfiado, como muitos outros, me movo agora pelos corredores do que dantes era uma escola. Esta escola de antes mudou de esquina, mudou de hábitos, mudou de paradigma. A Senhora Ministra da Educação, tão periclitante o ano passado (para se estatelar faltou-nos só um golpe de asa e um pouco mais de subversão), reafirmou-se na cadeira do poder e está a convencer metade dos intervenientes do sistema educativo de que as suas políticas sempre foram meritórias. Abana o seu sucesso fictício como se de um sucesso verdadeiro se tratasse. E poucos se levantam já para a contrariar. Muito em breve todos acreditaremos, mesmo os mais cépticos, que fomos mesmo capazes de resolver o problema do insucesso e do descalabro do sistema educativo. Já só falta que um bom grupo de professores passe incólume pelo seu sistema de avaliação para que todos nos esqueçamos, pesarosos e arrependidos, de tudo o que se fez no passado, incluindo aquela passeata festiva pela Avenida da Liberdade. Será que os professores se transformaram na corja que a Senhora Ministra sempre soube que eles, realmente, eram?
(Imagem tirada daqui)
1 comentário:
Texto acutilante, escrito por um docente que sabe pôr o dedo nas feridas da educação. Há mais.
Mas há quem assubie. Quem assuvie. Outros assubião mesmo, enquanto enchem a grelha de poemas statísticos e eduqueses.
E não somos todos professores de eduquês? Não é o eduquês a nossa língua madrasta?
Abraço
OF
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