Não tenho coragem de lhe chamar uma medida idiota. (Tenho família para sustentar e preciso do meu emprego). Também não será uma medida precipitada. Se há medidas que nunca me pareceram precipitadas foram as da Senhora Ministra da Educação. Mas a Senhora em questão, apoiada por um governo também muito pouco precipitado, publicou hoje mesmo a derradeira decisão: os professores têm, a partir de hoje, sábado, cinco dias para decidir sobre um pequeno set de opções, como, por exemplo, se querem aulas assistidas ou não e qual a calendarização para inserir os itens da sua avaliação. Ouviram bem. A Ministra está farta de esperar e, num último fôlego, (espero que seja realmente o último), dá agora cinco dias para os professores decidirem, rápido e em força, sobre as suas vidinhas.
Tudo bem. Mas acontece que eu estou agora, e durante os próximos cinco dias, a trabalhar na avaliação dos alunos, assunto sério que não me deixa tempo nem disponibilidade para pensar sobre a minha própria avaliação. Portanto, a Senhora Ministra da Educação não tem outro remédio senão dar-me outros cinco dias a partir do dia cinco de Janeiro, já que, até lá, para além do meu dever de avaliar bem os meus alunos, não vou fazer nem mais um c_ _ _ _ _ _, como diria qualquer operário fabril das Caldas, às cinco da tarde.
(Imagem daqui)