20 de novembro de 2007

arrepiantes sensações de quase muda perseguição...

… ao ouvir rádio, ao ler jornais, revistas ou a blogosfera, e ainda mais se tudo isso for feito com a exacerbada atenção de um quase alucinado ouvinte/leitor, avoluma-se-me a sensação de que alguma coisa terrível se prenuncia para Portugal, para a Europa, para o mundo. Espreita no escuro alguma contingência medonha mas nebulosa, brumosamente ameaçadora, feita de um perigo surdo, impreciso, equívoco, como se fosse um nevoeiro sobre falésias. Uma cerração onde um indivíduo se pode estatelar a qualquer momento, sem saber onde foi que colocou em falso o pé, a mão, o corpo, ou onde lhe escorregou a palavra, o gesto, a opinião, a breve insensatez de um discurso. É como se tudo o que se diz ou escreve adquirisse semióticas demolidoras, como se todas as palavras se tornassem escorregadias, tomassem vida própria e traíssem quem as proferiu no mais íntimo e inocente remanso de um fim de tarde pacificado…

1 comentário:

Anónimo disse...

ufff, que texto...
giacomo dias