28 de abril de 2007

no "arrastão"

Batendo, durante sete dias seguidos, em Maria João F., que, no entanto, se aguentou à bronca com muita dignidade. Tudo a propósito de um cartaz com rabo feminino que a CGTP moralistamente criticou.
Está tudo aqui, no "Arrastão" de Daniel Oliveira
(Tratando-se de um conjunto de comments, o texto deve, obviamente, ler-se de baixo para cima)




O cartaz do Crazy Horse
de que tanto se falou
durante a segunda semana
de Abril, de 2007

- Há por aí alguém honesto, que não se deslumbre com o poder? Voto nesse para déspota absoluto.

Prateleira Anacrónica

Que é que terá levado um jovem de dezanove anos a adquirir este livro em 1970? Porque é que, em 1970, escrevi anotações nas margens deste livro, que ainda hoje me parecem sensatas e oportunas? O que me teria levado a registar, no topo da página dezanove, o lugar e o momento em que foi lido (Praia de Mira, em 12 de Agosto daquele ano)?
E por que será que hoje me interesso mais por essa irrelevante informação pessoal do que pela impiedosa severidade do texto cru de Marx e Engels, abordando a ditadura do proletariado, o período de transição entre os sistemas capitalista e comunista, as fases de maturidade da economia socialista, a distribuição dos bens sociais e o internacionalismo proletário?
Qual de nós dois está morto: o livro, ou eu?


27 de abril de 2007

autoheteroelogio

Estou quietinho há dois dias, na moita, na retranca, em período probatório. A ler blogs. Em dois dias li os últimos cinco ou seis posts de mais de 100 blogs nacionais, começando pelos que criteriosamente apresento na minha coluna da direita e depois picando, aleatoriamente, alguns dos links que esses ostentam. A continuar assim, penso chegar, em duas ou três catervas de anos, ao fim da blogosfera nacional.
E aí, sim. Poderei dizer-vos então o que ela realmente é.
Para já, surge-me uma espécie de amofinação, pelo facto de tantos belos textos, tantos curiosos grafismos, tantas ideias radiosas e perspicazes, tantas manifestações do humor mais mordaz, terem de permanecer esquecidos, encobertos ou inatingíveis, pelo simples facto de a maior parte de nós não ter tempo suficiente para os saborear a todos. Impossível acompanhar o ritmo de produção da blogosfera! Mas está a escrever-se bem e com inteligência na blogosfera portuguesa.

25 de abril de 2007

Eduquem-me, palhaços!


O dia 25

Em 1974, um punhado de militares deitou abaixo um regime opressor de 40 anos e proclamou as amplas liberdades. Eu era um desses militares. Anónimo, esperançoso e amedrontado, a minha participação foi irrelevante. Tinha 22 anos, militava então num movimento sem nome que se empenhava na contestação da Guerra Colonial e das profundas injustiças sociais. Manifestávamo-nos ao fim da tarde, no Largo da Portagem, por entre agentes armados. Ordeiramente.
Quando me chamaram para a tropa imaginei de imediato a situação comum de ir bater com os costados em África. Mas não. Naquela madrugada, em Mafra, feito Cadete na véspera, acordei estremunhado com um movimento inaudito. Saímos sem saber para onde. De vez em quando eu espreitava o escuro, içando a lona da Berlier. Estávamos a andar para sul, achava eu. Não parecia o costumeiro caminho da carreira de tiro.
Quase todos os Portugueses souberam, antes de mim, o que estava a acontecer.

O regresso

Depois, voltámos para casa, aliviados e muito confusos. Gerámos os nossos filhos, envoltos numa fé inocente , feita de pradarias verdes, de liberdades matinais, de brisas esperançosas. Quando eles nasceram, decidimos colocá-los nesse mundo novo, asséptico e promissor. Que lindas iam ser as nossas crianças!. E que boas ficariam, respirando com naturalidade essa brisa revigorante da Liberdade e da Autoridade Democrática.

A traição

Porém, todos nos enganámos. A inocência de Abril foi traída. A Liberdade plastificou-se. As verdes pradarias desbotaram e foram conspurcadas. Vândalos, arruaceiros, perigosos cretinos, embarrigados de ignorância arrogante e soberba pulularam pelas cidades. Traficantes instalaram-se impávidos. Governos recostaram-se, discutindo se é bom ou mau ser paneleiro. A anarquia surgiu rodeada de novíssimas teorias pedagógicas. O imbecil politicamente correcto e a morte da veemência são valores supremos nesta sociedade esvaziada. O culto do imediato e do pronto sem dor desembocou, naturalmente, nesta perversão de desejar permanecer idiota para sempre.
A brisa que passa traz maus presságios e cheiro de enxofre, dia após dia, ano após ano.

Filhos da Madrugada

Foi nessa conjuntura que cresceram os nossos filhos delinquentes. Nos seus olhos há como a súplica violenta e muda de serem ajudados. Eles não foram ensinados a ter consciência, a reflectir, a analisar, a raciocinar, a perdoar, a respeitar. Construíram-se sozinhos, cercados de rodriguinhos bestas e de apoio exagerado. Ter tudo acabou por tudo lhes tirar. E eis o fenómeno que nenhum desses espertíssimos pedagogos tinha previsto. Ao empossar as crianças de tantos direitos à arrogância, à má educação, à preguiça, à libertinagem; ao prescrever que os adultos se devem baixar diante da opinião duvidosa desses engraçados déspotas; ao lhes atribuir uma opinião respeitável; ao lhes desobstruir e aplanar todos os caminhos, construíram pequenos monstros capazes de esbofetear os pais, de violar as irmãs, de emporcalhar tudo à sua volta, de assaltar e matar velhos indefesos, sem um estremecimento…
Fomos nós que os fizemos assim. Eles têm olhos de ódio e de desprezo quando atentam na nossa amabilidade e submissão. Os seus olhos estão sempre a dizer-nos: “Eduquem-me, palhaços!”

24 de abril de 2007


O "31 da Armada" esteve muito bem, na reportagem das eleições do CDS-PP. Humor qb. Melhor que a encomenda. Vamos ficar atentos ao próximo desafio, com o BE.

22 de abril de 2007

"Margens de Erro" na Antena 1

Desta vez com Pedro Magalhães e Diana Krall.
"A blogosfera começa a ter um peso enorme na actividade política, especialmente nos Estados Unidos. É a verdadeira consciência crítica da actividade política."
Pedro Magalhães, no programa de Rolo Duarte, aqui no podcast. Vale a pena ouvir.

21 de abril de 2007

Desidério Murcho, no "De Rerum Natura"

Um interessante texto sobre os valores numa escola de excelência

Desidério Murcho é, já há algum tempo, uma importante referência na área da Educação. Os seus artigos têm vindo a suscitar notório aplauso de todos os que tentam ver a Educação por um prisma um pouco diferente da visão demasiado construtivista ostentada pela Pedagogia oficial.

20 de abril de 2007

Parabéns, "31..."!

O "31 da Armada" é um blog de referência, pela qualidade dos seus textos. Parabéns pela cobertura do evento. No entanto, acho que o "31..." merecia cobrir um evento menos eventual do que esse...
Espero que, ao se guindar à posição de órgão de informação, não se esqueça de ser o que tem sido: um óptimo órgão de opinião, que representa, no fundo, o pendor principal da blogosfera.

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/519492.html

19 de abril de 2007

A mim as aranhas e asinha!

Desconfiava que elas serviriam para alguma coisa de útil, aliás, de utilíssimo, de primordial. Veneno de aranha é melhor que Viagra, pois preserva os nossos corações. De repente eis-nos todos Spidermen da Buraca, colados às gajas como se foram gigantescos prédios. De aracnofóbicos a adoradores de artrópodes, num ápice.
Picado do génio, das bexigas e das aranhas – eis o novo “cabra macho”.


O "Tralapraki" tem declarações bombásticas (II)

A Conferência de Imprensa

Alô, um dois três. Som… a patilha, Doutor, a patilha.
Acho que se ouve bem, agora, um, dois, som. Ah. Ah.
“Boa noite. É muito importante começar por afirmar que todas as dúvidas que recaíram sobre o grau académico do Tralapraki não são mais dúvidas. São certezas. O Tralapraki não sofre de qualquer preconceito sobre os teres, nem mesmo sobre os seres. O Tralapraki é independente e não tem canudos, nem canos, nem tubagens, nem prefixos, nem compostura, nem privilégios, nem regalias, nem conserto, nem imunidades, nem favorecimentos, nem vergonha na cara. O Tralapraki não tem nada. O Tralapraki é bom que se farta. É um dos melhores blogues da blogosfera (se exceptuarmos todos os outros), carregadinho de consórcios e convénios com os melhores blogues internacionais da especialidade. O passado do Tralapraki fica desde agora lavadinho e não posso adiantar mais nada, por falta de documentos, embora fique à disposição dos senhores jornalistas para me fazerem perguntas inócuas. Tenho dito."
(…)
(…)
(…)
"Eu disse “inócuas”, porra."


O "Tralapraki" tem declarações bombásticas...

Afinal ficam para o próximo post.

17 de abril de 2007

Pacheco Pereira
No “Abrupto”
Obrigatório:
“Castigando os Costumes”
Publicado às 16.08 de 15.04.07


(Não consegui linkar para lá. Peço desculpas.)

13 de abril de 2007

pulgas, carraças e frontline...

Já se desconfiava. Não adiantou grande coisa aquela prostração diante da Maria Flor Pedroso. Estamos em tempo de carraças e elas não vão largar, assim de ânimo leve, a orelha do Primeiro. Hão-de continuar a morder e a banquetear-se com o sangue da vítima, até que o Inverno as venha exterminar.
Se me ficou uma pulga atrás da orelha em relação ao carácter de Sócrates? Claro que ficou. Mas, na verdade, eu tenho atrás da minha orelha dez milhões e meio de pulgas, cada uma correspondendo ao carácter de um português, pertencendo uma delas, obviamente, ao meu próprio carácter. E quem achar que não tem uma pulga atrás da orelha sobre o seu próprio carácter não deve ter inspeccionado bem aquela parte da dita.
Aconselho ao Primeiro-ministro se muna de Frontline. É mentira que mantenha o pelo isento de parasitas durante três meses. Trata-se de manifesto exagero publicitário. Mas a sua acção dura, pelo menos, uma semanita, isso eu garanto. No Pipoca durou…
Na quarta-feira passada houve mais um simulacro de incêndio na Escola. Alguns Alunos não levaram a sério os procedimentos aplicáveis nestes casos, tresmalharam-se, e um deles quebrou, desastradamente, um vidro. Quando lhe apresentaram a factura o Aluno insurgiu-se:
- Isto é um roubo! 35 euros por um vidreco destes?! Na minha escola do ano passado parti dois bem maiores e não paguei tanto…



11 de abril de 2007

Passou!

Quanto a mim, Sócrates teve positiva alta. Mostrou que tinha estudado a lição. Manteve o sorriso na primeira parte, durante as perguntas dedicadas à bronca, como se a bronca nem ao de leve tivesse tocado as suas convicções.
Dezoito valores.
Guardou o seu ar mais circunspecto e um mais visível franzir de testa para a segunda parte (OTA, mobilidade, desemprego, deficit, impostos, segurança social, crescimento, etc.), como que a dizer “estes, sim, são os verdadeiros problemas que preocupam o executivo”.
Mais dezoito valores. Uma média muito semelhante à sua carreira académica.
Este exame terá sido uma boa lição de como se passa, num ápice, de examinando (marcado para o chumbo) para a posição do catedrático.
Espero que tenhamos enterrado de vez uma das mais abjectas questiúnculas do burgo lusitano.

9 de abril de 2007

Uma no cravo...

Primeiro contei os dias. Depois passei a contar as semanas.
Sinceramente, nunca pensei que a questão do prefixo do Primeiro-ministro José Sócrates sobrevivesse à inundação das amêndoas.
Ora o facto de José Sócrates ter ou não ter graus académicos não prefigura uma incompatibilidade para exercer o cargo de Primeiro-ministro. Felizmente, os cargos públicos são entregues a quem demonstra aptidões e competências para os exercer e não a quem tem diplomas, sobretudo quando estes não traduzem, necessariamente, (e os casos são mais que as mães) as competências e os saberes que seria suposto traduzirem. (Ou então, eu estou a tomar desejos por realidades e, neste caso, recomendo outros blogs bem mais razoáveis do que este).
Canudos possuem uma configuração adequada para ver Braga, mas não garantem honestidade, rigor, empenho e vontade de trabalhar.
Para além de tudo isto, será que, na sua campanha eleitoral, o Primeiro Ministro afirmou: “Sou Engenheiro e, nessa qualidade, vou baixar os impostos”? Não. O Primeiro-ministro disse apenas: “Vou baixar os impostos”. Portanto, mesmo que ele não seja Engenheiro, ou o seja de modo enviesado, esse aspecto não prefigura quebra de promessa eleitoral.
O Primeiro-ministro de Portugal, eleito por votação universal, devia ter o poder de simplesmente cancelar esta polémica, como quem manda calar uma algazarra no pátio de uma escola primária, (ou numa sala do secundário, ou numa aula do superior), e afirmar simplesmente: “Se sou ou não sou, isso é um problema meu. E não vou dar a nenhum tratante o gostinho de uma explicação”. Ora aí está o que eu diria.
Caramba, se não há um pouquinho de arbitrariedade, um leve toque de prepotência, no poder, para que raio serve o poder?


Um post parvito, desculpem

Um homem ofereceu um ipod à sua filhota. No momento de abrir as prendas, a miúda descobriu que o aparelho estava pejado de filmes pornográficos. O pai apanhou um susto e foi apodado pela esposa e sogra de ser um porco valdevinos. A única hipótese de limpar a sua imagem perante a família seria provar que não tinha nada a ver com aquele conteúdo impróprio, o que facilmente conseguiu, demonstrando que os vídeos ostentavam uma data bastante anterior à aquisição do ipod. Reposta a verdade dos factos, o papá logo ali prometeu, com voz trémula, exigir a troca do aparelho, bem como um pedido formal de desculpas por parte da empresa vendedora, o que realmente, e para gáudio de todos, veio a verificar-se após algumas poucas demarches nesse sentido.
(Para a comunicação social o caso encerra-se aqui. Para o blogue, que não permite que a verdade estrague uma boa história, ainda se acrescenta o facto de a filhota de vinte e dois anos, agora na posse de um novo aparelho asséptico e anódino, ter deixado escapar que não se teria importado de ficar com o primeiro ipod).

8 de abril de 2007

Oito aleluias no "Blasfémias".
Ideia curiosa, para ouvir aqui.

"Hoje há Conquilhas..." na Antena1

Hoje Há Conquilhas…”, Tomás Vasques e “O General de Todas as Estrelas…” estiveram hoje, domingo de Páscoa, na Antena 1, à conversa com Pedro Rolo Duarte. Para ouvir aqui no Podcast daquela estação.

6 de abril de 2007

"Combustões" e "Sobre o Tempo que Passa"

1. Concorde-se ou não com o substracto ideológico, escreve-se bem, muito bem, em "combustões"
2. A ser verdade o que Adelino Maltez magistralmente escreve no seu "Sobre o Tempo que Passa", mais nos valera nunca termos passado por uma universidade.

José Pinto Coelho

Se conseguíssemos acreditar no que realmente José Pinto Coelho afirma, isto é, se não houvesse nenhuma reserva mental em relação ao seu discurso, é crível que mais portugueses o apoiariam. Afirma José Pinto Coelho que não quer expulsar todos os imigrantes, apenas os imigrantes maus e marginais. Ora aí está uma atitude quase séria, mas não totalmente séria, pois falta saber o que ele faria com os portugueses maus e marginais. Utilizá-los-ia para expulsar os imigrantes maus e marginais? Ou expulsaria indiscriminadamente imigrantes e nacionais, desde que fossem maus e marginais? Se ele me garantisse esta última atitude, teria muitas hipóteses de me ver hasteando a sua decrépita bandeira.
Mas ele não me garante isso porque o seu discurso parece ser mais sobre imigração do que sobre higiene e desparasitação da barraca.

5 de abril de 2007











Hoje é Sexta-feira Santa.
Lúgubre funesta lutuosa negra
Sinistra sombria infausta Sexta-feira Santa.
Deus morreu.


As andorinhas não vieram.
A paz esmoreceu o canto entristeceu o amor arrefeceu.
As andorinhas não vieram.
Deus morreu.

Fumadores de Cima

“Fumadores de Cima” é uma aldeia nova, construída de raiz o ano passado, para albergar os fumadores provenientes de todo o restante espaço nacional, vítimas da hostilidade fitossanitária do radicalismo antitabagista. Segundo quem viu, a aldeia, único local onde a lei permite a permanência de fumadores, já está a abarrotar de moradores fumegantes a tempo inteiro, e prevê-se a construção de mais duas unidades, (“Fumadores de Baixo” e “Fumadores do Meio”), até ao fim de 2007. O Xerife da aldeia confiou ao Tralapraki que este projecto está a resolver, definitivamente, o problema da desertificação do interior português.

4 de abril de 2007

Daniel Oliveira insurge-se, no "Arrastão", contra o PGR, filmado a esbordoar, forte e feio, todos os blogs, sem nenhuma excepção, e eu, com toda a consideração que me merece o "Arrastão", apetece-me argumentar que o Sr. Procurador está a prestar um bom serviço a todos nós, nivelando-nos liminarmente, numa igualdade nunca antes vislumbrada por socialismo nenhum. O tralapraki ficou muito orgulhoso de se postar em pé de igualdade com outros blogs considerados (pelos distraídos) mais relevantes do que ele.
Para quem não viu o "Hora H", por achar que não valia a pena.
Mas bastou este, para saber que Herman continua a valer a pena.
Aqui!

morando com o "inimigo"

A instituição escolar não pode passar a vida a queixar-se de que a outra instituição (a familiar) não está a cumprir a sua quota-parte na educação dos jovens. Todos sabemos que, no momento estranho que vivemos, essa ausência e omissão dos pais é um fenómeno recorrente e consumado, se observado através da janela das generalidades. Estas duas instituições, embora teoricamente irmanadas no projecto educativo dos jovens, colidem mais vezes do que pactuam, obstruem-se mais do que se harmonizam, contendem mais do que cooperam na materialização dos fins últimos da educação. A imisção destas duas instituições pode conduzir, no limite, a um verdadeiro caos educativo, que tem vindo a alastrar na razão directa da intimidade do seu namoro...

3 de abril de 2007

Sida e Circuncisão

Eis que surgiu a segunda razão para as mulheres preferirem os circuncidados. A primeira já existe desde os tempos bíblicos, proclamada lá entre o povo de Deus (Deus sabe mais do que eu supunha), que sustenta que homens circuncidados proporcionam mais prazer à mulher do que os prepuciados. A segunda razão surgiu agora, pela mão de Júlio Machado Vaz que a terá, segundo ele, desencantado na OMS e que esclarece que a circuncisão pode diminuir drasticamente os casos de infecção por HIV. Trata-se de uma operação muito simples, mas aconselho que não seja feita sobre a mesa da cozinha. No moderno Serviço Nacional de Saúde, já vocacionado para estas intervenções, há tábuas de carne mais apropriadas e podões mais afiados.

Porque blogamos, ou a sociedade do aplauso

A maior parte de nós bloga porque quer mostrar que sabe escrever e anseia pelo aplauso colectivo. E o curioso é que esta parte maior quer, portanto, mostrar que sabe fazer uma coisa que, na verdade, não sabe. Porém, esta maioria está convencida de que o sabe fazer e isso é um dos piores serviços que pode prestar a uma dada colectividade. Esse serviço é tão mau quanto o é a renúncia ou a coibição de o fazer por um indivíduo que, claramente, o sabe.
Os primeiros, curiosamente, recebem aplausos de que não se conhece a razão, mas deve ser a mesma pela qual os recebem os estudantes que não estudam, os professores que não ensinam, os cantores que não cantam, os músicos que não tocam, os pintores que não pintam, os escritores que não escrevem, os actores que não representam, os políticos que não governam, os bailarinos que não dançam e os funâmbulos que não cospem fogo.
Por outro lado, os que não blogam o que eventualmente sabem, e egoistamente o escondem, são aplaudidos pela sua profunda humildade e modéstia desmedida…
A sociedade está ávida de ovação. É uma sociedade claphandomaníaca.