15 de julho de 2009

Em nenhum lado vi cerejas…

tristeza Hoje encostei de novo na beira da estrada para de novo comprar cerejas. Que não, que já não tinha, que o tempo das cerejas acabou…

Devolvi-me à viatura, tão taciturno e triste como tarde de Outono.

É sempre assim: quando as cerejas acabam é como se, de repente, se apagassem os lumes do desejo. É o começo anunciado da subvida, levada a rojo, prostrada a quase morte. Não haver cerejas é como não haver o alento rubro das palavras.

Sem cerejas, como encadearemos as conversas?

(Imagem daqui)

1 comentário:

effetus disse...

Tal e qual...
Quando as cerejas acabam, sabemos que terminou aquele tempo intemporal das manhãs frescas e das tardes quentes...
Sabemos que se aproxima o tempo da praia e a altura de desengavetar os calções de banho já desbotados...
Sabemos que o tema da conversa vai ser apenas: "Ah, que dia bom de praia..."; ou então: "Que raio de tempo, nem parece verão!".
Acabarem as cerejas é acabar um pouco da nossa felicidade.