29 de novembro de 2008

Os génios são mesmo malucos...

einstein "Há que conceder aos professores a maior das liberdades no que respeita aos conteúdos a ensinar, assim como aos métodos a utilizar. Pois é verdade que também para estes o prazer na execução do seu trabalho pode ser aniquilado pela força ou pela pressão exterior”. 
       Albert Einstein                       

In Anovis Anophelis  (Imagem daqui)

27 de novembro de 2008

Parar para poder trabalhar…

avaliarprofs Estamos parados. Os professores aproveitaram esta pausa na demência colectiva para trabalhar para os alunos: elaboram testes e fichas formativas, corrigem e avaliam instrumentos, retomam actividades de preparação de aulas, reúnem para coordenação de trabalho lectivo, repensam estratégias e promovem atitudes pedagógicas para combater a indisciplina generalizada nas escolas. Trata-se de um intervalo curto, é certo, na demência institucional. Mas mostra que tudo pode voltar a acontecer, se se suspender o tortuoso abrolho da avaliação.

Perguntarão: qual avaliação, João? A da ministra? A dos sindicatos? A dos restantes teóricos da Educação? A chilena? A americana? A de leste? A do norte? Que me desculpem os mais puros e radicais defensores dessa tonta deformidade, mas respondo-lhes como segue: não é esta ou aquela. É toda a avaliação que, de um modo ou de outro, retire aos professores a concentração no seu trabalho e o desejo de fazerem o melhor que sabem e podem, a bem dos alunos, da sua educação integral e de uma formação técnica, científica e humanística de excelência.

Querem avaliar os professores? Façam-no, ora essa, mas de modo a não os perturbar. De preferência que eles não dêem por isso…

(Imagem daqui)

26 de novembro de 2008

Ouvido aqui e ali...

portugues A ETA Ocidental  (ouvido em Espanha)

 

“Existe um povo que habita uma estreita língua de areia na parte mais ocidental da Espanha, que resiste, agora e sempre, ao invasor. Crêem-se independentes e insistem em chamar-se Portugueses.”

 

(Imagem daqui)

23 de novembro de 2008

22 de novembro de 2008

A Senhora Ministra aparou as pontas…

cortar cabeloA Ministra da Educação disse que aparou as pontas do seu sistema de avaliação de professores. Na gíria barbeiral, terá feito um caldinho. No entanto. eu duvido que tenha sido assim uma intervenção estética de tal ligeireza. Quanto a mim, ela derrubou, com denodo, dois dos quatro grandes pilares de suporte do seu tratado de avaliação docente: 1 deixou cair, ou antes, esboroou a sua sempre tão ditosa teoria de que a avaliação dos docentes se cruzava, inalienavelmente, com os resultados escolares dos alunos; 2 deixou cair a obrigatoriedade das aulas assistidas para os professores que não almejem a mais que um Bom. Os dois pilares que ainda ficaram são as cotas e o abrolho da divisão indecente e artificial dos docentes nas duas categorias artificiais de professores e titulares. Porém se estes dois sustentáculos lhe caem, o seu sistema pulveriza-se…

Seja como for, muito ou pouco, caldinho ou carecada, o que restou do seu sistema já pouco tem a ver com a tonitruante catástrofe que era antes da tonsura...

(Imagem daqui)

16 de novembro de 2008

15 de novembro de 2008

Ordem de serviço número…

ordem serviço Com o fim de não perturbar o normal funcionamento das aulas, pede-se a todos os Alunos que esperem os seus Professores à saída da escola para então lhes poderem arriar. Todos temos consciência de que nem sempre é fácil esperar até ao fim da aula, mas trata-se de um pequeno sacrifício que conduzirá ao cumprimento dos programas e trará aos professores uma nova motivação para dar as suas aulas. Suspeita-se até de que, com esta medida, muitos deles preferirão mesmo ficar na sala, em vez de tentarem dirigir-se às suas viaturas e às suas famílias. Com esta medida esperamos melhorar substancialmente o empenho dos professores e o sentido de auto-controlo dos nossos Alunos.

(Imagem daqui)

Teatro Blogosférico

zegrandao João Honesto e Zé Grandão

Zé Grandão – João, já foste avaliado?

João Honesto – Honestamente, ainda não. Na minha escola, o processo está meio parado… isto é, eu não sei se está parado ou se anda devagarinho, imperceptivelmente, e afinal até anda e a gente nem sabe… O executivo, apesar da nossa posição de recusa do modelo, segundo a qual todos assinámos pela suspensão do dito, continua a enviar-nos materiais relacionados com o processo de avaliação. É claro que eu não sei se aquilo é mesmo a sério ou se é apenas um acto de inércia… Não é fácil pensar com a cabeça nestas circunstâncias e quem comanda estas atitudes nunca é a lógica, mas sim o hábito.

Zé Grandão – Eu cá por mim quero ser avaliado porque mudo de escalão um dia destes, porra! E, se o pessoal pára com esta porcaria da avaliação, quando diabo vou eu mudar de escalão? Em que escalão é que tu estás, João Honesto?

João Honesto – Honestamente, não sei. Só sei que, em vez de subir, desci, mas tudo isso deve ser por causa da crise… Temos todos que nos sacrificar…

Zé Grandão – Eu também não sei em que escalão estou, mas a luz está muito cara e agora rebentou-se-me lá em casa mais um puto… Quem tem filhotes não pode ficar dependente de pruridos sobre sistemas de avaliação, carreiras docentes, ministras, acordos, inflexões, paneleirices, etc…

João Honesto – Pois, eu compreendo, ou seja, honestamente, não compreendo, mas aceito… Eu afinal aceito tudo…

(Imagem daqui)

repescando tralices…

relogio contratempo Faz hoje um ano no tralapraki

Por mais remendos que, desde então, tenham vindo a ser costurados pelos alfaiates do ministério ou por outros mais provincianos, ou por mais tentativas que tenham sido feitas no sentido de amenizar a precária convivência escolar, este texto, bebé de um ano, ainda é absolutamente actual.

14 de novembro de 2008

Ouvido aqui e ali...

ouvido aqui1. É tudo uma questão de gratidão. Sócrates quer fazer pela Educação exactamente o que a Educação fez por ele...

2. A Ministra da Educação veio a lume fazer a sua primeira ameaça. Disse ela que a desobediência nas escolas "não vai ficar assim". Os mais optimistas, no entanto, interpretaram estas palavras como uma afirmação de que a desobediência vai recrudescer.

3. A canalha é levada da breca. Imaginem só que ouvi um aluno afirmar que, no Natal, vai oferecer uma frigideira à Sra Ministra da Educação...

9 de novembro de 2008

a palavra dos outros

geracao rasca Tive que me render, finalmente, à Geração Rasca e a muitos dos seus textos. Este, por exemplo, (tal como o anterior “Era uma vez num país democrático”) fala baixinho e morde. (No princípio achei que se escrevia mal ali. Continuo a achar. Mas o que, eventualmente, se perde em correcção sintáctica ganha-se, com juros, em imaginação e perspicácia…)

objectivos individuais

objectindiv Hoje decidi que afinal iria entregar a grelha dos objectivos individuais. O meu medo era que me obrigassem a adivinhar o futuro, num momento em que nem o Zandinga me valeria, dada a distância a que me encontro do final do ano lectivo. Mas não. Afinal já algum outro Zandinga me tinha precedido na adivinhação, e me informou, com clareza e rigor milimétrico, de quais são os meus objectivos individuais. Ainda há gente que trabalha para o bem comum. Antes assim. O meu único e gigantesco esforço foi assistir a uma reunião de duas horas para ser instruído sobre como se faz um documento que já está feito. Parece muito fácil mas, como logo se depreende, trata-se de um verdadeiro embróglio de lógica formal fregiana. Reconheço que não me foi fácil entender. Finalmente, aquietada a indecorosa e impertinente consciência, lá copiei, assinei e guardei o documento para posterior gargalhada.

(Imagem daqui)

8 de novembro de 2008

Manifestação em Lisboa

manifEstou a sair agora mesmo de casa, Senhora Ministra. Em três horas estarei aí, frente a frente com Vª Exª. Levo outros cem mil, talvez mais... Espero mesmo incorporar na manifestação a Dra Manuela Ferreira Leite, seja lá o que isso possa significar para a Senhora, para mim ou para o país.  (Desejo bons sonhos a Vª Exª. As nossas manifs são, certamente, o seu melhor soporífero...)

7 de novembro de 2008

Correspondência privada. Por favor, não viole…

falsidade Tornou-se escandalosamente óbvio o fervilhar dos joguinhos de interesse, o assumir despudorado das novas relações suserano-vassalo, finalmente consolidadas nas nossas escolas secundárias. A princípio muito tímidas, muito contidas em reservada e prudente discrição, eis que, lentamente, estas novas interacções se foram escancarando como putas famintas. A arrogância desmedida e a esquizofrénica empáfia de muitas avaliadoras contrasta, cada vez mais brutalmente, com a torpe submissão, a convenientemente servil auto-humilhação de muitos dos avaliados. Todos os dias se sorri demais onde seria suposto escoicear um pouco. Todos os dias gente ignorante e fátua pule galões que ninguém consegue ver.

PS1. Não houve erro nem mistificação de género. As avaliadoras são elas. Os avaliados são eles. Ou talvez eu esteja a generalizar alguma situação concreta de que tenha um infeliz conhecimento.

PS2. Uma escola de bestas hediondas e de vermes repugnantes. Mas todos ignóbeis lacaios do Medo.

PS3. Se alguém pensa que eu irei a sua casa bater à porta com os pés, está subornadamente enganado…

(Imagem daqui)